Terras da União são usadas por traficantes para o plantio de maconha no Nordeste brasileiro para evitar o risco de prejuízos com a desapropriação, segundo a Polícia Federal. De acordo com a legislação brasileira, caso o proprietário de uma área seja responsabilizado pelo cultivo da droga, a terra é desapropriada. Por isso, criminosos tem usado terras desocupadas do governo para cultivar a droga. A incidência desse tipo de crime é maior nos Estados de Pernambuco e Bahia.
Em 2010, a Polícia Federal de Pernambuco apreendeu e incinerou mais de 1 milhão de pés de maconha (que produziriam 315 toneladas da droga) em operações realizadas a cada três ou quatro meses, período de ciclo produtivo da planta. Segundo informações da PF, em ações passadas, cujos detalhes dos inquéritos não foram divulgados, agricultores foram flagrados usando recursos de financiamento público, obtidos para a produção agrícola convencional, para plantar maconha. Também já foram identificados casos de plantio de maconha em áreas de assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Nordeste e Norte do País.
No Nordeste, a região mais problemática é conhecida como polígono da maconha que compreende as cidades pernambucanas de Serra Talhada, Salgueiro, Cabrobó, Floresta, Orocó, Belém do São Francisco, Ibimirim, Camaubeira da Penha, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. O delegado da Polícia Civil responsável pela Seccional de Cabrobró (PE), Moari Drumond Pimenta, afirma que entre 30% e 40% do total de inquéritos apurados na região são relacionados ao plantio de maconha.
Os delegados das polícias civil e federal que atuam na região concordam que a maioria das plantações estão localizadas em ilhas do rio São Francisco, áreas de propriedade da União, porque não correm o risco de serem desapropriadas. Assim, caso a plantação da droga seja descoberta, o prejuízo é menor. Também existem casos de plantações em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "São terras devolutas (terrenos públicos que nunca pertenceram a um particular)... ao plantar em seu próprio terreno, a pessoa acaba assumindo a responsabilidade", afirma o delegado da Polícia Federal de Juazeiro (BA), Aldo Flávio de Oliveira Amorim.
A oferta de emprego e os prejuízos na lavoura influenciam diretamente no plantio de maconha. "Nesse ano, o plantio de cebola, que é muito comum na região de Cabrobró, teve prejuízo, então muitos dos agricultores acabam recorrendo ao plantio de maconha para recuperar as perdas", afirma o delegado de Cabrobró, sem revelar o número de pessoas flagradas cometendo esse crime na região.
Segundo ele, a remuneração diária dos agricultores pelo plantio de maconha varia entre R$ 10, R$ 20 ou menos. "As pessoas recorrem ao plantio de maconha pela falta de condições de sobrevivência em uma região árida, sem escola, sem energia elétrica e isolada. Esse isolamento fomenta esse plantio", explica.
domingo, 19 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
98% DAS CIDADES BRASILEIRAS TÊM PROBLEMAS LIGADOS AO CRACK
BRASÍLIA - O consumo de crack já se alastrou pelo País, aponta pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgada na manhã de hoje, em Brasília. Levantamento feito com 3.950 cidades mostra que 98% dos municípios pesquisados enfrentam problemas relacionados ao crack e a outras drogas. 'Falta uma estratégia para o enfrentamento do uso do crack. Não há integração entre União, Estados e municípios', alertou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Ziulkoski criticou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo governo federal em maio deste ano. 'É um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou'. Ao apresentar os números, ele disse que não avaliaria se a iniciativa teve intenções eleitoreiras. 'Apenas estou trazendo números e realidades'.
A CNM observa ainda que, embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil. A confederação também ressalta a importância de ações na região de fronteira para impedir a entrada de droga no País.
Números. O estudo da CNM constatou que, dos municípios pesquisados, apenas 14,78% afirmaram possuir Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento à população e acompanhamento clínico de pessoas com transtornos mentais, entre eles usuários de drogas.
Quando o assunto foi a existência de programa municipal de combate ao crack, 8,43% das cidades alegaram possuir alguma iniciativa dessa natureza. Mesmo sem um programa definido e com a falta de apoio das demais esferas de governo, 48,15% dos municípios realizam campanha de combate ao crack, aponta a pesquisa.
Ações do governo. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que criou o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, destinando R$ 410 milhões com o objetivo de duplicar, ainda em 2010, o número de vagas para internação de usuários da droga. O plano também visa treinamento de profissionais na rede pública de saúde e assistência social para atender os usuários e a família, além de medidas de combate ao tráfico.
A presidente eleita Dilma Rousseff citou em diversas ocasiões o combate ao crack como uma de suas prioridades no plano de governo. Ainda como pré-candidata, Dilma afirmou que estava preocupada com a droga, que 'mata, é muito barata e está entrando em toda periferia e em pequenas cidades', prometendo enfrentar 'essa ameaça com autoridade, carinho e apoio.'
Ziulkoski criticou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo governo federal em maio deste ano. 'É um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou'. Ao apresentar os números, ele disse que não avaliaria se a iniciativa teve intenções eleitoreiras. 'Apenas estou trazendo números e realidades'.
A CNM observa ainda que, embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil. A confederação também ressalta a importância de ações na região de fronteira para impedir a entrada de droga no País.
Números. O estudo da CNM constatou que, dos municípios pesquisados, apenas 14,78% afirmaram possuir Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento à população e acompanhamento clínico de pessoas com transtornos mentais, entre eles usuários de drogas.
Quando o assunto foi a existência de programa municipal de combate ao crack, 8,43% das cidades alegaram possuir alguma iniciativa dessa natureza. Mesmo sem um programa definido e com a falta de apoio das demais esferas de governo, 48,15% dos municípios realizam campanha de combate ao crack, aponta a pesquisa.
Ações do governo. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que criou o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, destinando R$ 410 milhões com o objetivo de duplicar, ainda em 2010, o número de vagas para internação de usuários da droga. O plano também visa treinamento de profissionais na rede pública de saúde e assistência social para atender os usuários e a família, além de medidas de combate ao tráfico.
A presidente eleita Dilma Rousseff citou em diversas ocasiões o combate ao crack como uma de suas prioridades no plano de governo. Ainda como pré-candidata, Dilma afirmou que estava preocupada com a droga, que 'mata, é muito barata e está entrando em toda periferia e em pequenas cidades', prometendo enfrentar 'essa ameaça com autoridade, carinho e apoio.'
sábado, 4 de dezembro de 2010
O JOVEM E A NOVA MODALIDADE DE FUMAR
O tradicional cachimbo d´água usado há milênios nos países do Sudeste Asiático e Oriente Médio conhecido como Narguilé ou Arguile agora é a nova moda entre os jovens no Brasil. Esta sendo considerado o novo substituto do cigarro, especialmente entre jovens.
Vistos em bares, que aderiram à onda para agradar aos clientes. Mas o que poucos sabem é que o produto oferece riscos nocivos a saúde. Em virtude de oferecer 90 aromas variados, é muito procurado por jovens de 16 a 24 anos. O produto feito com um fumo especial (espécie de melaço, subproduto do açúcar) vem atraindo vários adeptos. Atualmente no mercado brasileiro, o Narguile, Narguilé, ou Arguile é encontrado em diversos formatos, com 1 a 12 saídas de mangueiras, personalizados, podendo ser equipado com diversos acessórios. Os valores variam de R$ 60, 00 a R$1.100,00. O produto funciona quando é aspirado por um tubo que reduz a pressão no interior do aparelho, fazendo com que o ar aquecido pelo carvão passe pelo fumo, produzindo a fumaça. Essa fumaça desce até a base, onde é resfriada e filtrada pela água, que retém algumas partículas sólidas. A fumaça segue pelo tubo até ser consumida pelo usuário com o sabor da essência escolhida.
A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, devido haver em seus componentes, 0.05 de nicotina. Nicotina é uma droga e vicia.
Quem utiliza desse produto afirma que o excesso da tragada traz mal estar, como o usuário RT, de 24 anos, motoboy. “Percebi que após 1 hora de tragada, sentia falta de ar e cansaço, achei que era melhor abandonar o uso”.
Segundo o médico Sérgio Ricardo Santos, Presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o Narguilé causa ainda mais males do que o cigarro, pelo potencial de transmitir também doenças infecciosas – já que é usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo sem a devida esterilização.
Especialistas em doenças respiratórias advertem que 50 tragadas são suficientes para viciar. Isso ocorre devido à nicotina (apesar da baixa concentração) que causa a chamada sensação de bem-estar, adverte o médico José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da SPPT.
Outro mito (mentira) que foi descartado através de pesquisas realizadas pela OMS diz respeito de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a fumaça inalada em uma sessão de Narguilé, que pode durar entre 20 minutos e uma hora, corresponde à inalação de 100 a 200 cigarros. E são consumidos até 10 litros de fumaça, pois a presença da água faz com que se aspire mais fumaça, que se torna mais tolerável. Dessa maneira, inala-se maior quantidade de toxinas. Enquanto um cigarro dura cinco minutos, com uma média de 500 ml de fumaça inalada, a sessão de cachimbo d´água, pode chegar a uma hora, com dez litros de substância aspirada, o que aumentaria a ingestão de gases tóxicos e os riscos. A fumaça do narguilé contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras.
Uma das razões para sua popularização é a idéia errada de que a água poderia filtrar as substâncias maléficas do tabaco. Quando criado, o cachimbo d´água recebeu a desmerecida fama de inofensivo, por causa do líquido por onde passava a fumaça, que se propagou por todas as culturas que o utilizam.
Outro problema é o compartilhamento da piteira e da mangueira. Onde o uso é acentuado existe um alto risco de transmissão de hepatite A, herpes, tuberculose e outras doenças infecciosas segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer.
A você que é pai e mãe, não se iluda com qualquer justificativa do seu jovem filho, em defesa do Narguilé, pois ele não conhece esses riscos, apenas acreditou na ilusão dos amigos, também desinformados, e dos donos de bares que querem faturar com a ignorância e o desconhecimento da população. Alerte-o. Oriente-o e combata o seu uso.
Vistos em bares, que aderiram à onda para agradar aos clientes. Mas o que poucos sabem é que o produto oferece riscos nocivos a saúde. Em virtude de oferecer 90 aromas variados, é muito procurado por jovens de 16 a 24 anos. O produto feito com um fumo especial (espécie de melaço, subproduto do açúcar) vem atraindo vários adeptos. Atualmente no mercado brasileiro, o Narguile, Narguilé, ou Arguile é encontrado em diversos formatos, com 1 a 12 saídas de mangueiras, personalizados, podendo ser equipado com diversos acessórios. Os valores variam de R$ 60, 00 a R$1.100,00. O produto funciona quando é aspirado por um tubo que reduz a pressão no interior do aparelho, fazendo com que o ar aquecido pelo carvão passe pelo fumo, produzindo a fumaça. Essa fumaça desce até a base, onde é resfriada e filtrada pela água, que retém algumas partículas sólidas. A fumaça segue pelo tubo até ser consumida pelo usuário com o sabor da essência escolhida.
A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, devido haver em seus componentes, 0.05 de nicotina. Nicotina é uma droga e vicia.
Quem utiliza desse produto afirma que o excesso da tragada traz mal estar, como o usuário RT, de 24 anos, motoboy. “Percebi que após 1 hora de tragada, sentia falta de ar e cansaço, achei que era melhor abandonar o uso”.
Segundo o médico Sérgio Ricardo Santos, Presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o Narguilé causa ainda mais males do que o cigarro, pelo potencial de transmitir também doenças infecciosas – já que é usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo sem a devida esterilização.
Especialistas em doenças respiratórias advertem que 50 tragadas são suficientes para viciar. Isso ocorre devido à nicotina (apesar da baixa concentração) que causa a chamada sensação de bem-estar, adverte o médico José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da SPPT.
Outro mito (mentira) que foi descartado através de pesquisas realizadas pela OMS diz respeito de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a fumaça inalada em uma sessão de Narguilé, que pode durar entre 20 minutos e uma hora, corresponde à inalação de 100 a 200 cigarros. E são consumidos até 10 litros de fumaça, pois a presença da água faz com que se aspire mais fumaça, que se torna mais tolerável. Dessa maneira, inala-se maior quantidade de toxinas. Enquanto um cigarro dura cinco minutos, com uma média de 500 ml de fumaça inalada, a sessão de cachimbo d´água, pode chegar a uma hora, com dez litros de substância aspirada, o que aumentaria a ingestão de gases tóxicos e os riscos. A fumaça do narguilé contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras.
Uma das razões para sua popularização é a idéia errada de que a água poderia filtrar as substâncias maléficas do tabaco. Quando criado, o cachimbo d´água recebeu a desmerecida fama de inofensivo, por causa do líquido por onde passava a fumaça, que se propagou por todas as culturas que o utilizam.
Outro problema é o compartilhamento da piteira e da mangueira. Onde o uso é acentuado existe um alto risco de transmissão de hepatite A, herpes, tuberculose e outras doenças infecciosas segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer.
A você que é pai e mãe, não se iluda com qualquer justificativa do seu jovem filho, em defesa do Narguilé, pois ele não conhece esses riscos, apenas acreditou na ilusão dos amigos, também desinformados, e dos donos de bares que querem faturar com a ignorância e o desconhecimento da população. Alerte-o. Oriente-o e combata o seu uso.
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