quinta-feira, 21 de julho de 2011

NOVA LIÇÃO DE MORAL

Professora do RN que criticou a educação recusa prêmio de empresários

A professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, acaba de emplacar mais uma aula de compromisso com a luta por uma educação de qualidade.

A educadora que há alguns meses fez um pronunciamento para deputados do RN criticando a falta de prioridade dos governos para com a educação, agora lecionou nova aula de críticas à classe empresarial.

Amanda Gurgel foi escolhida pela classe empresarial para receber o prêmio PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais). A premiação é uma das maiores do País e é destinada a personalidades ligadas a defesa de várias categorias no Brasil. A professora negou o prêmio alegando que sua luta seria outra.

Confira abaixo a carta de recusa da educadora e saiba por qual motivo o cobiçado prêmio foi negado por ela.

Natal, 02 de julho de 2011 Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,
Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, "pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação". A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país.

A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho. Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria.

Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald’s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação.

Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE.

A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas "organizações da sociedade civil de interesse público" (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas.

Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal. Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio.

Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.
Saudações,
Professora Amanda Gurgel

domingo, 17 de julho de 2011

Descriminalizar a venda e o consumo das drogas é um grave erro

Alguns especialistas da área da saúde que lidam com a questão das chamadas drogas alucinógenas já firmaram posição muito clara contrária ao que alguns líderes políticos daqui e do exterior vêm propugnando, ou seja, a completa liberação da venda e do consumo desses produtos, sob a alegação de que seus governos falharam no combate ao tráfico.

Desse modo, defendem tais políticos, quem quiser usar que use e não deve ter dificuldade na aquisição da droga desejada, visto que seu comércio seria legalizado e o produto vendido abertamente em todas as casas do ramo.
É incrível como tal proposta tenha sido apresentada e, mais incrível ainda, tenha recebido ampla cobertura dos meios de divulgação!

Será que os proponentes da ideia ouviram os pais de família que lidam com filhos envolvidos com a dependência química?

Sabem eles como funciona a rede pública de saúde, que mal consegue atender as crianças e os idosos enfermos desprovidos de planos de saúde?

É evidente que a resposta para ambas as perguntas é não. O assunto, porém, não passou despercebido aos médicos espíritas e foi deles que veio uma manifestação pública que deveria merecer – tal como se deu com a infeliz proposta – ampla cobertura dos meios de comunicação.

O fato ocorreu em Belo Horizonte, no dia 25 de junho último. Reunidos na Capital de Minas Gerais, por ocasião do VIII Congresso da Associação Médico-Espírita do Brasil – também conhecido pela sigla Mednesp 2011 –, os médicos espíritas posicionaram-se contra a descriminalização do uso da maconha no Brasil, bem como contra a sua legalização e comercialização com finalidade não-terapêutica.

A Carta de princípios firmada por nossos confrades médicos, que nós espíritas só podemos ratificar e apoiar, foi expressa nos seguintes termos:
“Considerando que o homem é um ser integral composto de corpo, perispírito, mente e espírito e que seu desenvolvimento individual consiste na aquisição de graus de consciência cada vez mais amplos e elevados, fundamentada na liberdade de pensamento;

Considerando que o exercício do livre pensar torna o ser humano plenamente responsável por seus atos, perante Deus e os irmãos em humanidade;
Considerando que a Cannabis sativa (maconha) promove a alteração patológica da consciência, inibindo o livre exercício do pensar e do agir, razão de ser do espírito;

Considerando os efeitos deletérios das substâncias psicoativas nos corpos espirituais, bem como no psiquismo, induzindo frequentemente a crises psicóticas;

Considerando que o uso não terapêutico de substâncias psicoativas decorre frequentemente de fugas dos conflitos íntimos e das provas educativas do espírito;

Considerando que esse uso impede o processo educativo, agrava as circunstâncias anteriores ao uso e produzem novos agravos pessoais, familiares e sociais, perpetuando o ciclo da adicção;

Considerando que o uso de drogas psicoativas potencializa processos obsessivos complexos com ampla repercussão e difícil tratamento;
Considerando os dados dos boletins epidemiológicos nacionais e internacionais nos quais o uso de substâncias psicoativas lícitas, prescritas ou de livre acesso, como o tabaco e o álcool, constituem-se num dos maiores problemas de saúde pública, segundo o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde;

Considerando que a legalização da maconha colocá-la-ia no patamar das drogas lícitas, induzindo a um grave erro pedagógico, principalmente em relação às faixas etárias mais vulneráveis, tais como crianças e adolescentes, dando uma falsa segurança de uso desprovido de risco,
Nós, os médicos espíritas, reunidos na cidade de Belo Horizonte (MG), no VIII Congresso da Associação Médico-Espírita do Brasil, Mednesp 2011, posicionamo-nos frontalmente contra a descriminalização do uso da maconha no Brasil, bem como contra a sua legalização e comercialização com finalidade não terapêutica.

Reafirmamos, na oportunidade, nosso compromisso com a vida, desde a concepção até a morte natural, sendo contrários ao aborto, exceto quando aplicado para salvar a gestante de morte iminente, e contra o uso de células-tronco embrionárias para uso em pesquisas e terapias.”

Não há nada a acrescentar à Carta acima, salvo o desejo de que a mesma repulsa à liberação da maconha se estenda às demais drogas que tanto têm infelicitado os jovens e todas as pessoas que vivem à sua volta e compartilham os seus sofrimentos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A SAGA DOS KENNEDY

“Os Kennedy são uma família que, se as suas peripécias ocorressem no cenário de uma novela televisiva, provocariam a demissão imediata do roteirista capaz de idealizar uma história tão carregada de desgraças e pouco credível. Sendo uma das dinastias mais poderosas dos Estados Unidos, assassinatos e escândalos parecem ter desabado sobre eles de modo especial”.

Você leitor pode estar pensando: mas que propósito é esse de desenterrar os Kennedy, do ponto de vista da política, e o que isso tem a ver conosco os brasileiros, ou os tupaenses? Mais do que você possa imaginar. Continue a ler o artigo.

Necessário considerar que a fortuna dos Kennedy provinha do contrabando de álcool dos tempos da Lei Seca Americana, que os ligou a proeminentes membros do crime organizado. Joe Kennedy, o patriarca da família (ao qual se deve a eleição de seu filho John Fitsgerald Kennedy à presidência dos EUA), não foi um gangster vulgar, na verdade muito mais um empreendedor que tirou proveito da legislação contra o álcool, que sempre foi e é, um lucrativo negocio de mercado, especialmente no Brasil atual.

Você pode já fazer algumas ilações leitor (a) e comparar com algumas eminências pardas aqui de Tupã? Em política eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante supremo de tal “reino”, mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo, o qual é uma marionete. A eminência parda ainda pode se utilizar de qualquer tipo de poder para exercer seu poder, seja ele militar, econômico, religioso e/ou político.

Segundo a história americana, quem deveria ter sido eleito presidente dos EUA seria o filho Joseph, caído em combate durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto pilotava um bombardeiro numa perigosa missão à qual tinha sido avisado para não participar. A partir desse momento o patriarca investe no filho John Fitzgerald, um galã com 26 anos, que retornava de um combate no pacífico, como “herói” de guerra.

Narra a história americana que John comandava um barco patrulha que foi cortado ao meio pelo contratorpedeiro japonês Amagiri, o qual não foi detectado pelo radar do barco, ficando a tripulação desaparecida por dias e, quando localizada “criaram” o herói John como se tivesse salvo a todos, tendo nadado a noite inteira em busca de ajuda, apesar de sua frágil saúde, pois era portador da doença de Adisson (insuficiência supra-renal)

O primeiro cargo político de John Kennedy foi como deputado, e só venceu a eleição por um “falcatrua legal” nas urnas criada pelo seu pai, que sempre foi o mentor de todos e claro, tudo pago com muito dinheiro.

O seu maior concorrente, o italiano Joseph Russo, que possui maioria dos votos no condato de Charlestouwn, no dia da eleição, foi surpeendido com dois Joseph Russo, sendo o segundo um encanador daquele mesmo condato, dividindo assim os votos e dando a eleição para o Kennedy. Você querido leitor por acaso já está fazendo comparações com a política local e nacional? Isso lhe remete a algum tipo de falcatrua que você conhece em nossas eleições, especialmente no munícipio de Tupã? Ou você nunca ouviu falar de vereadores que “dão deizão” e transporta o eleitor para a urna de votação?

Voltando aos kennedy. John Kennedy inicialmente era muito ruim de discurso. Não desejava concorrer a nada, pois acreditava que o seu irmão falecido era mais preparado, como de fato o era. Mas estava morto e o patriarca Joe mantinha um princípio "para os Kennedy não existem regras que valham, nem limites que as possam parar e que um Kennedy nunca conhece o medo e nunca mostra as suas emoções".

No entanto, quando eleito deputado tomou gosto pela política, elegeu-se senador e mais tarde presidente. Antes de tudo isso Kennedy foi um “bom vivam” e um conquistador e nunca houvera trabalhado em nada em sua vida. Alguma semelhança com alguns dos nosso políticos, incluindo claro, um ou outro de Tupã?

No entanto fez carreira própria após assumir a presidência sucedendo a Dwight Eisenhower, a 20 de janeiro de 1961. Seu oponente o republicano vice-presidente, Richard Nixon, que mais tarde seria eleito presidente americano e que culminária no escandolo Watergate, perdeu a eleição por uma diferença de 112 881 votos, numa das eleições mais apertadas da história americana: 0,2% dos votos. Mas o destino quis que assim fosse.

É inegável a contribuição dos Kennedy para os EUA e para alguns paises de seus interesses. Sempre se apresentaram como um povo livre e democrático, mas também financiaram muitas ditaduras no planeta, para mais tarde serem os salvadores da patria.