“Somos tão complexos que quando não temos problemas nós os criamos”.
Ninguém se constrói sozinho. Somos construídos e construtores da nossa personalidade. Somos construídos pela carga genética, pelo sistema social, pelo ambiente educacional e pela atuação do eu através das vidas sucessivas.
As tribulações podem ser impostas a espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente.
Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam.
“Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar”.
“Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação”.
“Pode, pois, um espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.
O senso comum diz que “os sofrimentos, os erros, as perdas, amadurecem espontaneamente as pessoas. Em nossa prática clínica essa tese não é defensável. Não se engane! A maioria das pessoas piora seus níveis de tranqüilidade e serenidade à medida que sofre. O sofrimento só nos enriquece quando intuitiva ou racionalmente o trabalhamos”.
O senso comum diz que “quem não aprende com o amor, aprende com a dor”. A dor ensina, mas não é uma excelente mestra.
“A dor só se torna uma mestra, quando nós nos tornamos seu mestre, quando nos interiorizamos, refletimos, desenvolvemos consciência crítica, quando nos humanizamos... Caso contrário, a dor produz zonas de conflitos, criando janelas de memórias destrutivas, portanto será inútil, algoz, destruidora...”
Em verdade Jesus ensinou que se o sofrer for usado com resignação e entendimento pode levar à reparação através do perdão, da caridade e do amor: caminho único da reparação. A grande regra que jesus deixou: Deus não perdoa baseado em simples arrependimento, mas sim mediante a reforma no pensar, sentir e principalmente no agir, quando ensinou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida – ninguém vai ao pai senão por mim”
Ele disse que não tinha vindo trazer paz à terra, mas a espada, que veio para separar o pai do filho, o filho da nora, e o homem da mulher...Interpretados ao pé da letra, podemos concluir que esses ensinamentos não foram veiculados pelo mestre.
E essa violência é contra o nosso maior inimigo, que é o nosso ego. “O espírita não envolvido com o estudo da doutrina espírita, de conhecimento superficial, tende a imaginar que as dores do mundo são cármicas e que estamos aqui para sofrer e tudo o que nos faz sofrer é resgate de dívidas...”
O homem, como que de intento, cria para si tormentos que está em suas mãos evitar”. A dor não resolvida de hoje é o sofrer de amanhã... Portanto... Sofrer sinaliza falta de reforma íntima no tempo certo. Como ensinou Jesus: a quem muito for dado, mais será solicitado:“pela própria consciência”.
Para espíritas e espiritualistas o sofrer é menos desculpável do que para os outros. Toda essa realidade nos remete ao “conhece-te a ti mesmo” de Sócrates, quando este nos diz que “uma vida sem reflexão não merece ser vivida “, assim como ensinou Santo Agostinho: “Este mundo é um mundo de construção da alma”.
Muito Legal o seu artigo
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