segunda-feira, 7 de junho de 2010

ETERNIDADE

“Felizes são aqueles que levam consigo uma parte das dores do mundo. Durante a longa caminhada, eles saberão mais coisas sobre a felicidade do que aqueles que a evitam”.
Nossa existência terrena se assemelha a uma viagem. A primeira estação, a do embarque, é a mesma para todos, e se chama nascimento. Quanto tempo durará a viagem, qual a duração de uma vida, quem o saberá?
Da mesma forma que bela, breve é a vida. A última estação, a do desembarque, é a mesma para todos, e se chama eternidade...
Estamos preparado para este desembarque? Não pensemos estar prontos. Não nos iludamos, pois infindável é a preparação.
E um dia, não tão distante, chegará a nossa vez de desembarcar, e será um ato solitário.
Os jornais do mundo continuarão repletos de notícias, carros continuarão a cruzar avenidas e estradas, mas, para aquele que adentrar a eternidade, já não terão a menor importância. Familiares, - filhos, irmãos, pais e amigos íntimos deixados para trás. Bens materiais, conta bancária, chaves e senhas ficaram para trás, perdendo o valor que aparentavam ter.
Desta existência terrena levaremos apenas aquilo que trazemos no coração. Nada nos pertence de fato, sendo nos confiado por um breve intervalo de tempo.
A Partir desse instante iniciaremos a colheita daquilo que plantamos, pois, nossas ações têm conseqüências.
E quanto ao nosso corpo físico. Bem, o corpo físico se assemelha a uma gaiola, e a alma, a uma ave que nela habita.
Na hora derradeira, a Morte, - sempre atenta, sempre justa -, estende a sua mão e diz para a ave
da alma: “É chegada a hora da tua partida, de deixar para trás esta gaiola mortal, e seguir livre a tua jornada.”
Estará a ave do espírito apta a voar nesta hora decisiva? Estarão as suas asas suficientemente fortes? Estarão as nossas asas suficientemente limpas?
Cuidar das asas significa cuidar do espírito. “Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa caminhada e alimentar significações que enchem de sentido a nossa vida e que levaremos conosco até o fim de nossa existência.”
“Significa, especialmente, cuidar da espiritualidade, que é a capacidade de sentir Deus a partir do coração e de vê-Lo nascer a cada momento no outro que está à minha frente.”
Amar os homens é amar a Deus. Muito se tem falado sobre os Direitos Humanos, mas já é sem tempo de devemos pensar em termos de Deveres Humanos.
O dever de ser solidário, de compartilhar os bens e os dons com os quais fomos agraciados pela Vida. O dever de ampliar o nosso campo de visão, de modo a abranger não apenas a nossa família biológica, mas a inteira família humana.O dever de amar e acolher o órfão, o idoso, o enfermo,o desamparado. O dever de socorrer o pobre, o necessitado, o excluído, o desabrigado.
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o coração, como permanece nele o amor de Deus?” I João 3, 17
Existe a matéria e existe o espírito. A matéria é limitada pelas leis do tempo e do espaço, pelo visível, pelo findável, pelo finito. O espírito pertence a um mundo sem fronteiras ou limitações, um mundo onde as aparências se desmancham, e as essências são reveladas. Durante um breve lapso de tempo, espírito e matéria dividem o mesmo palco, findo tal prazo, cada qual segue o seu rumo. O corpo material, o necessário abrigo temporário do espírito, recolhe-se ao cosmos, enquanto que o espírito segue sua jornada pelos mundos invisíveis, eternos, celestiais.
Purificar o coração, lapidar a alma, ser solidário, generoso, atento, desperto, de modo a estar apto a deixar o palco da vida terrena, quando a hora final chegar, com a sensação de dever cumprido, com uma consciência tranqüila. Outros prados, outras pradarias nos esperam. Mundos espirituais, onde a Justiça não fenece, onde o Amor continuamente floresce, e onde a Bondade perdura. “Olhai os lírios do campo…” “Buscai o Reino de Deus em primeiro lugar.”, ensinou Jesus.

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