Terras da União são usadas por traficantes para o plantio de maconha no Nordeste brasileiro para evitar o risco de prejuízos com a desapropriação, segundo a Polícia Federal. De acordo com a legislação brasileira, caso o proprietário de uma área seja responsabilizado pelo cultivo da droga, a terra é desapropriada. Por isso, criminosos tem usado terras desocupadas do governo para cultivar a droga. A incidência desse tipo de crime é maior nos Estados de Pernambuco e Bahia.
Em 2010, a Polícia Federal de Pernambuco apreendeu e incinerou mais de 1 milhão de pés de maconha (que produziriam 315 toneladas da droga) em operações realizadas a cada três ou quatro meses, período de ciclo produtivo da planta. Segundo informações da PF, em ações passadas, cujos detalhes dos inquéritos não foram divulgados, agricultores foram flagrados usando recursos de financiamento público, obtidos para a produção agrícola convencional, para plantar maconha. Também já foram identificados casos de plantio de maconha em áreas de assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Nordeste e Norte do País.
No Nordeste, a região mais problemática é conhecida como polígono da maconha que compreende as cidades pernambucanas de Serra Talhada, Salgueiro, Cabrobó, Floresta, Orocó, Belém do São Francisco, Ibimirim, Camaubeira da Penha, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. O delegado da Polícia Civil responsável pela Seccional de Cabrobró (PE), Moari Drumond Pimenta, afirma que entre 30% e 40% do total de inquéritos apurados na região são relacionados ao plantio de maconha.
Os delegados das polícias civil e federal que atuam na região concordam que a maioria das plantações estão localizadas em ilhas do rio São Francisco, áreas de propriedade da União, porque não correm o risco de serem desapropriadas. Assim, caso a plantação da droga seja descoberta, o prejuízo é menor. Também existem casos de plantações em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "São terras devolutas (terrenos públicos que nunca pertenceram a um particular)... ao plantar em seu próprio terreno, a pessoa acaba assumindo a responsabilidade", afirma o delegado da Polícia Federal de Juazeiro (BA), Aldo Flávio de Oliveira Amorim.
A oferta de emprego e os prejuízos na lavoura influenciam diretamente no plantio de maconha. "Nesse ano, o plantio de cebola, que é muito comum na região de Cabrobró, teve prejuízo, então muitos dos agricultores acabam recorrendo ao plantio de maconha para recuperar as perdas", afirma o delegado de Cabrobró, sem revelar o número de pessoas flagradas cometendo esse crime na região.
Segundo ele, a remuneração diária dos agricultores pelo plantio de maconha varia entre R$ 10, R$ 20 ou menos. "As pessoas recorrem ao plantio de maconha pela falta de condições de sobrevivência em uma região árida, sem escola, sem energia elétrica e isolada. Esse isolamento fomenta esse plantio", explica.
domingo, 19 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
98% DAS CIDADES BRASILEIRAS TÊM PROBLEMAS LIGADOS AO CRACK
BRASÍLIA - O consumo de crack já se alastrou pelo País, aponta pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgada na manhã de hoje, em Brasília. Levantamento feito com 3.950 cidades mostra que 98% dos municípios pesquisados enfrentam problemas relacionados ao crack e a outras drogas. 'Falta uma estratégia para o enfrentamento do uso do crack. Não há integração entre União, Estados e municípios', alertou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Ziulkoski criticou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo governo federal em maio deste ano. 'É um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou'. Ao apresentar os números, ele disse que não avaliaria se a iniciativa teve intenções eleitoreiras. 'Apenas estou trazendo números e realidades'.
A CNM observa ainda que, embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil. A confederação também ressalta a importância de ações na região de fronteira para impedir a entrada de droga no País.
Números. O estudo da CNM constatou que, dos municípios pesquisados, apenas 14,78% afirmaram possuir Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento à população e acompanhamento clínico de pessoas com transtornos mentais, entre eles usuários de drogas.
Quando o assunto foi a existência de programa municipal de combate ao crack, 8,43% das cidades alegaram possuir alguma iniciativa dessa natureza. Mesmo sem um programa definido e com a falta de apoio das demais esferas de governo, 48,15% dos municípios realizam campanha de combate ao crack, aponta a pesquisa.
Ações do governo. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que criou o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, destinando R$ 410 milhões com o objetivo de duplicar, ainda em 2010, o número de vagas para internação de usuários da droga. O plano também visa treinamento de profissionais na rede pública de saúde e assistência social para atender os usuários e a família, além de medidas de combate ao tráfico.
A presidente eleita Dilma Rousseff citou em diversas ocasiões o combate ao crack como uma de suas prioridades no plano de governo. Ainda como pré-candidata, Dilma afirmou que estava preocupada com a droga, que 'mata, é muito barata e está entrando em toda periferia e em pequenas cidades', prometendo enfrentar 'essa ameaça com autoridade, carinho e apoio.'
Ziulkoski criticou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo governo federal em maio deste ano. 'É um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou'. Ao apresentar os números, ele disse que não avaliaria se a iniciativa teve intenções eleitoreiras. 'Apenas estou trazendo números e realidades'.
A CNM observa ainda que, embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil. A confederação também ressalta a importância de ações na região de fronteira para impedir a entrada de droga no País.
Números. O estudo da CNM constatou que, dos municípios pesquisados, apenas 14,78% afirmaram possuir Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento à população e acompanhamento clínico de pessoas com transtornos mentais, entre eles usuários de drogas.
Quando o assunto foi a existência de programa municipal de combate ao crack, 8,43% das cidades alegaram possuir alguma iniciativa dessa natureza. Mesmo sem um programa definido e com a falta de apoio das demais esferas de governo, 48,15% dos municípios realizam campanha de combate ao crack, aponta a pesquisa.
Ações do governo. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que criou o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, destinando R$ 410 milhões com o objetivo de duplicar, ainda em 2010, o número de vagas para internação de usuários da droga. O plano também visa treinamento de profissionais na rede pública de saúde e assistência social para atender os usuários e a família, além de medidas de combate ao tráfico.
A presidente eleita Dilma Rousseff citou em diversas ocasiões o combate ao crack como uma de suas prioridades no plano de governo. Ainda como pré-candidata, Dilma afirmou que estava preocupada com a droga, que 'mata, é muito barata e está entrando em toda periferia e em pequenas cidades', prometendo enfrentar 'essa ameaça com autoridade, carinho e apoio.'
sábado, 4 de dezembro de 2010
O JOVEM E A NOVA MODALIDADE DE FUMAR
O tradicional cachimbo d´água usado há milênios nos países do Sudeste Asiático e Oriente Médio conhecido como Narguilé ou Arguile agora é a nova moda entre os jovens no Brasil. Esta sendo considerado o novo substituto do cigarro, especialmente entre jovens.
Vistos em bares, que aderiram à onda para agradar aos clientes. Mas o que poucos sabem é que o produto oferece riscos nocivos a saúde. Em virtude de oferecer 90 aromas variados, é muito procurado por jovens de 16 a 24 anos. O produto feito com um fumo especial (espécie de melaço, subproduto do açúcar) vem atraindo vários adeptos. Atualmente no mercado brasileiro, o Narguile, Narguilé, ou Arguile é encontrado em diversos formatos, com 1 a 12 saídas de mangueiras, personalizados, podendo ser equipado com diversos acessórios. Os valores variam de R$ 60, 00 a R$1.100,00. O produto funciona quando é aspirado por um tubo que reduz a pressão no interior do aparelho, fazendo com que o ar aquecido pelo carvão passe pelo fumo, produzindo a fumaça. Essa fumaça desce até a base, onde é resfriada e filtrada pela água, que retém algumas partículas sólidas. A fumaça segue pelo tubo até ser consumida pelo usuário com o sabor da essência escolhida.
A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, devido haver em seus componentes, 0.05 de nicotina. Nicotina é uma droga e vicia.
Quem utiliza desse produto afirma que o excesso da tragada traz mal estar, como o usuário RT, de 24 anos, motoboy. “Percebi que após 1 hora de tragada, sentia falta de ar e cansaço, achei que era melhor abandonar o uso”.
Segundo o médico Sérgio Ricardo Santos, Presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o Narguilé causa ainda mais males do que o cigarro, pelo potencial de transmitir também doenças infecciosas – já que é usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo sem a devida esterilização.
Especialistas em doenças respiratórias advertem que 50 tragadas são suficientes para viciar. Isso ocorre devido à nicotina (apesar da baixa concentração) que causa a chamada sensação de bem-estar, adverte o médico José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da SPPT.
Outro mito (mentira) que foi descartado através de pesquisas realizadas pela OMS diz respeito de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a fumaça inalada em uma sessão de Narguilé, que pode durar entre 20 minutos e uma hora, corresponde à inalação de 100 a 200 cigarros. E são consumidos até 10 litros de fumaça, pois a presença da água faz com que se aspire mais fumaça, que se torna mais tolerável. Dessa maneira, inala-se maior quantidade de toxinas. Enquanto um cigarro dura cinco minutos, com uma média de 500 ml de fumaça inalada, a sessão de cachimbo d´água, pode chegar a uma hora, com dez litros de substância aspirada, o que aumentaria a ingestão de gases tóxicos e os riscos. A fumaça do narguilé contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras.
Uma das razões para sua popularização é a idéia errada de que a água poderia filtrar as substâncias maléficas do tabaco. Quando criado, o cachimbo d´água recebeu a desmerecida fama de inofensivo, por causa do líquido por onde passava a fumaça, que se propagou por todas as culturas que o utilizam.
Outro problema é o compartilhamento da piteira e da mangueira. Onde o uso é acentuado existe um alto risco de transmissão de hepatite A, herpes, tuberculose e outras doenças infecciosas segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer.
A você que é pai e mãe, não se iluda com qualquer justificativa do seu jovem filho, em defesa do Narguilé, pois ele não conhece esses riscos, apenas acreditou na ilusão dos amigos, também desinformados, e dos donos de bares que querem faturar com a ignorância e o desconhecimento da população. Alerte-o. Oriente-o e combata o seu uso.
Vistos em bares, que aderiram à onda para agradar aos clientes. Mas o que poucos sabem é que o produto oferece riscos nocivos a saúde. Em virtude de oferecer 90 aromas variados, é muito procurado por jovens de 16 a 24 anos. O produto feito com um fumo especial (espécie de melaço, subproduto do açúcar) vem atraindo vários adeptos. Atualmente no mercado brasileiro, o Narguile, Narguilé, ou Arguile é encontrado em diversos formatos, com 1 a 12 saídas de mangueiras, personalizados, podendo ser equipado com diversos acessórios. Os valores variam de R$ 60, 00 a R$1.100,00. O produto funciona quando é aspirado por um tubo que reduz a pressão no interior do aparelho, fazendo com que o ar aquecido pelo carvão passe pelo fumo, produzindo a fumaça. Essa fumaça desce até a base, onde é resfriada e filtrada pela água, que retém algumas partículas sólidas. A fumaça segue pelo tubo até ser consumida pelo usuário com o sabor da essência escolhida.
A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, devido haver em seus componentes, 0.05 de nicotina. Nicotina é uma droga e vicia.
Quem utiliza desse produto afirma que o excesso da tragada traz mal estar, como o usuário RT, de 24 anos, motoboy. “Percebi que após 1 hora de tragada, sentia falta de ar e cansaço, achei que era melhor abandonar o uso”.
Segundo o médico Sérgio Ricardo Santos, Presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o Narguilé causa ainda mais males do que o cigarro, pelo potencial de transmitir também doenças infecciosas – já que é usado por mais de uma pessoa ao mesmo tempo sem a devida esterilização.
Especialistas em doenças respiratórias advertem que 50 tragadas são suficientes para viciar. Isso ocorre devido à nicotina (apesar da baixa concentração) que causa a chamada sensação de bem-estar, adverte o médico José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da SPPT.
Outro mito (mentira) que foi descartado através de pesquisas realizadas pela OMS diz respeito de que a água ajudaria a filtrar as impurezas do fumo, tornando-o menos nocivo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que a fumaça inalada em uma sessão de Narguilé, que pode durar entre 20 minutos e uma hora, corresponde à inalação de 100 a 200 cigarros. E são consumidos até 10 litros de fumaça, pois a presença da água faz com que se aspire mais fumaça, que se torna mais tolerável. Dessa maneira, inala-se maior quantidade de toxinas. Enquanto um cigarro dura cinco minutos, com uma média de 500 ml de fumaça inalada, a sessão de cachimbo d´água, pode chegar a uma hora, com dez litros de substância aspirada, o que aumentaria a ingestão de gases tóxicos e os riscos. A fumaça do narguilé contém inúmeras toxinas que podem causar câncer de pulmão, doenças cardíacas entre outras.
Uma das razões para sua popularização é a idéia errada de que a água poderia filtrar as substâncias maléficas do tabaco. Quando criado, o cachimbo d´água recebeu a desmerecida fama de inofensivo, por causa do líquido por onde passava a fumaça, que se propagou por todas as culturas que o utilizam.
Outro problema é o compartilhamento da piteira e da mangueira. Onde o uso é acentuado existe um alto risco de transmissão de hepatite A, herpes, tuberculose e outras doenças infecciosas segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer.
A você que é pai e mãe, não se iluda com qualquer justificativa do seu jovem filho, em defesa do Narguilé, pois ele não conhece esses riscos, apenas acreditou na ilusão dos amigos, também desinformados, e dos donos de bares que querem faturar com a ignorância e o desconhecimento da população. Alerte-o. Oriente-o e combata o seu uso.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
TSE ANULA "O GOLPE" DOS DOIS DOCUMENTOS PARA VOTAR...
CARO LEITOR. O ARTIGO ABAIXO CONTINUA NO BLOG PARA ESCLARECIMENTOS. PORÉM, O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ANULOU A OBRIGATORIEDADE DOS DOIS DOCUMENTOS.
E seu efeito no resultado das eleições 2010. Bem, caro leitor, como vem sendo amplamente divulgado na mídia, você só poderá votar com o seu título de eleitor, acompanhado de um documento com foto. Mas vamos aos fatos dessa decisão. Em 2005, o ministro Carlos Velloso, então presidente do TSE, disse com todas as letras que… “O novo título de eleitor -com foto- concederá cidadania a mais de 30 milhões de brasileiros que não possuem qualquer documento de identidade”. Na conta do TSE, 30 milhões de pessoas não tinham um fotodoc, seja lá qual fosse, há cinco anos. Dizia o ministro que “os novos títulos serão confeccionados em papel especial contendo os dados biométricos (impressão digital, fotografia, assinatura) e pessoais do eleitor, dados da Justiça Eleitoral e código de barras com o número do título”. Um documento perfeito, portanto. Mas como no Brasil não se pode acreditar em palavra de autoridades e afins, ocorre que não aconteceu a mudança porque o TSE usou os recursos para comprar 480 mil urnas biométricas, das quais apenas 3 mil serão usadas nestas eleições e, de repente, a minirreforma eleitoral criou a obrigatoriedade do uso do título com uma identidade com foto. Afinal, porque se comprar 480 mil urnas e usar apenas 3 mil? O que está por detrás de tal compra? Pode-se perguntar, ainda, tal decisão vai interferir com o resultado das eleições? Analisemos o atual cenário. O Vox Populi, entre outros institutos, está prevendo que, com 51% dos votos, a ex-ministra Dilma Roussef vai levar a eleição no primeiro turno, pelo menos se as coisas continuarem como estão e se todo mundo que diz que votaria na candidata do governo, preferida das regiões mais pobres e remotas do país, votar. Todas as pesquisas apontam para maiores margens de voto pró-governo nas regiões norte e nordeste, exatamente onde se imagina, mas não se sabe ao certo, que está a maior quantidade de eleitores sem o tal “documento com foto”. O eleitor de classe mais baixa (que, desde 2002, costuma votar no PT) pode não ter esse documento, ou não saber que é preciso levá-lo.
Façamos as contas: 1% dos votos, num colégio eleitoral, arredondado, aqui, de 135 milhões de eleitores é algo perto de 1.350.000 eleitores. Este é exatamente o número de eleitores, segundo pesquisa recente do datafolha, que não tem documento com foto. Outros 4% dizem ter, mas não sabem onde o documento está. Se metade não achar o documento… 3% dos eleitores não vai conseguir votar, algo perto de 3 milhões de eleitores. Se estiverem em sua quase totalidade no norte e nordeste (a falta de documentação é muito comum) onde o governo tem vasta maioria, perto de 75% dos votos, algo perto de 2 milhões de votos pró-Dilma forem perdidos, por falta de fotodoc, haverá um segundo turno… Só por causa das regras eleitorais. A situação pode ser ainda mais complexa: as enchentes de Pernambuco motivaram a reimpressão de todos os títulos nas três cidades mais atingidas, mais de 90 mil, mas, segundo o Valor Econômico, apenas 17 mil teriam sido retirados dos cartórios eleitorais até 16 de setembro. E um número indeterminado de carteiras de identidade se foi com a cheia. Segundo a mesma reportagem, os juízes eleitorais do Maranhão, por exemplo, não conseguem prever qual a porcentagem de eleitores, no estado, que não tem documento com foto... Resultado? Se tudo correr muito bem, as regras impostas pelo TSE, que sofre um surto de ativismo judicial sem precedentes em nossa história, não devem contaminar o resultado eleitoral. Será? Mas a conversa nos bastidores do TSE, dia 16 setembro, era de que sim, pode haver até 30% de eleitores sem fotodoc e que os ministros do tribunal teriam até pensado em cancelar formalmente a exigência, o que não vai ser feito. Mas fontes muito bem informadas reportam que o TSE estaria orientando os TREs a não serem "exigentes" quanto ao cumprimento da norma eleitoral, o que no mínimo vai ser fonte de confusão e filas, completamente desnecessárias caso tivéssemos tido um pouco mais de bom senso lá atrás, quando o recadastramento não foi feito, porque foram compradas urnas que não deveriam ter sido. A propósito, os autores dessa lei (que foram, por uma fabulosa coincidência, Eduardo Azeredo, do PSDB, e Marco Maciel, do DEM) sabiam bem o que estavam fazendo. Essa regra ou lei, já foi aplicada nos Estados Unidos, na época do grave período racista: “se você não pode fazer com que os pobres votem no seu candidato, não deixe que eles votem, ou então democracia é quando votam no meu candidato”. Quando votam num outro, é uma ditadura do proletariado, que deve ser combatida de todos os meios. Se forem meios legais, amparados por uma lei que você mesmo fez e aprovou, melhor ainda. Parece-me que arranjaram um jeito de o Serra ir ao segundo turno. Somos um país sério? A propósito você tem um documento com foto e sabe onde está? Divulgue essa idéia. Se você quer ler com mais detalhes esta matéria acesse: http://smeira.blog.terra.com.br/2010/09/18/os-documentos-com-foto/
E seu efeito no resultado das eleições 2010. Bem, caro leitor, como vem sendo amplamente divulgado na mídia, você só poderá votar com o seu título de eleitor, acompanhado de um documento com foto. Mas vamos aos fatos dessa decisão. Em 2005, o ministro Carlos Velloso, então presidente do TSE, disse com todas as letras que… “O novo título de eleitor -com foto- concederá cidadania a mais de 30 milhões de brasileiros que não possuem qualquer documento de identidade”. Na conta do TSE, 30 milhões de pessoas não tinham um fotodoc, seja lá qual fosse, há cinco anos. Dizia o ministro que “os novos títulos serão confeccionados em papel especial contendo os dados biométricos (impressão digital, fotografia, assinatura) e pessoais do eleitor, dados da Justiça Eleitoral e código de barras com o número do título”. Um documento perfeito, portanto. Mas como no Brasil não se pode acreditar em palavra de autoridades e afins, ocorre que não aconteceu a mudança porque o TSE usou os recursos para comprar 480 mil urnas biométricas, das quais apenas 3 mil serão usadas nestas eleições e, de repente, a minirreforma eleitoral criou a obrigatoriedade do uso do título com uma identidade com foto. Afinal, porque se comprar 480 mil urnas e usar apenas 3 mil? O que está por detrás de tal compra? Pode-se perguntar, ainda, tal decisão vai interferir com o resultado das eleições? Analisemos o atual cenário. O Vox Populi, entre outros institutos, está prevendo que, com 51% dos votos, a ex-ministra Dilma Roussef vai levar a eleição no primeiro turno, pelo menos se as coisas continuarem como estão e se todo mundo que diz que votaria na candidata do governo, preferida das regiões mais pobres e remotas do país, votar. Todas as pesquisas apontam para maiores margens de voto pró-governo nas regiões norte e nordeste, exatamente onde se imagina, mas não se sabe ao certo, que está a maior quantidade de eleitores sem o tal “documento com foto”. O eleitor de classe mais baixa (que, desde 2002, costuma votar no PT) pode não ter esse documento, ou não saber que é preciso levá-lo.
Façamos as contas: 1% dos votos, num colégio eleitoral, arredondado, aqui, de 135 milhões de eleitores é algo perto de 1.350.000 eleitores. Este é exatamente o número de eleitores, segundo pesquisa recente do datafolha, que não tem documento com foto. Outros 4% dizem ter, mas não sabem onde o documento está. Se metade não achar o documento… 3% dos eleitores não vai conseguir votar, algo perto de 3 milhões de eleitores. Se estiverem em sua quase totalidade no norte e nordeste (a falta de documentação é muito comum) onde o governo tem vasta maioria, perto de 75% dos votos, algo perto de 2 milhões de votos pró-Dilma forem perdidos, por falta de fotodoc, haverá um segundo turno… Só por causa das regras eleitorais. A situação pode ser ainda mais complexa: as enchentes de Pernambuco motivaram a reimpressão de todos os títulos nas três cidades mais atingidas, mais de 90 mil, mas, segundo o Valor Econômico, apenas 17 mil teriam sido retirados dos cartórios eleitorais até 16 de setembro. E um número indeterminado de carteiras de identidade se foi com a cheia. Segundo a mesma reportagem, os juízes eleitorais do Maranhão, por exemplo, não conseguem prever qual a porcentagem de eleitores, no estado, que não tem documento com foto... Resultado? Se tudo correr muito bem, as regras impostas pelo TSE, que sofre um surto de ativismo judicial sem precedentes em nossa história, não devem contaminar o resultado eleitoral. Será? Mas a conversa nos bastidores do TSE, dia 16 setembro, era de que sim, pode haver até 30% de eleitores sem fotodoc e que os ministros do tribunal teriam até pensado em cancelar formalmente a exigência, o que não vai ser feito. Mas fontes muito bem informadas reportam que o TSE estaria orientando os TREs a não serem "exigentes" quanto ao cumprimento da norma eleitoral, o que no mínimo vai ser fonte de confusão e filas, completamente desnecessárias caso tivéssemos tido um pouco mais de bom senso lá atrás, quando o recadastramento não foi feito, porque foram compradas urnas que não deveriam ter sido. A propósito, os autores dessa lei (que foram, por uma fabulosa coincidência, Eduardo Azeredo, do PSDB, e Marco Maciel, do DEM) sabiam bem o que estavam fazendo. Essa regra ou lei, já foi aplicada nos Estados Unidos, na época do grave período racista: “se você não pode fazer com que os pobres votem no seu candidato, não deixe que eles votem, ou então democracia é quando votam no meu candidato”. Quando votam num outro, é uma ditadura do proletariado, que deve ser combatida de todos os meios. Se forem meios legais, amparados por uma lei que você mesmo fez e aprovou, melhor ainda. Parece-me que arranjaram um jeito de o Serra ir ao segundo turno. Somos um país sério? A propósito você tem um documento com foto e sabe onde está? Divulgue essa idéia. Se você quer ler com mais detalhes esta matéria acesse: http://smeira.blog.terra.com.br/2010/09/18/os-documentos-com-foto/
domingo, 5 de setembro de 2010
A IGNORÂNCIA DE SEMPRE
Carta enviada por Richard Simonetti a revista VEJA – 01 09 2010
Senhor redator.
Como espírita, assinante dessa revista há muitos anos, lamento o tom de deboche que caracterizou sua reportagem sobre o filme Nosso Lar, o que, diga-se de passagem, também está presente em matérias sobre outras religiões. Nesse aspecto, VEJA é uma revista coerentemente debochada.
Não respeita a crença de nenhum leitor.
Pior são os erros de apreciação sobre a Doutrina Espírita, revelando ignorância do repórter, uma falha perigosa, porquanto coloca em dúvida outras matérias e informações. Como saber se os responsáveis estavam preparados para escrevê-las, evitando fantasias e especulações?
Para sua apreciação, senhor redator, algumas "escorregadelas" do repórter:
a) Grafa entre aspas o verbo desencarnar. Só teria sentido se ainda não houvesse sido dicionarizado. Por outro lado, noventa por cento dos brasileiros são espiritualistas, isto é, acreditam na existência e sobrevivência do Espírito. Este ser imortal desencarna, jamais morre. A minoria materialista, que acredita que tudo termina no túmulo, certamente terá surpresas quando "morrer".
b) Fala em cordilheira de ectoplasma onde se situaria Nosso Lar. De onde tirou isso? Ectoplasma é um fluido exteriorizado pelos médiuns para trabalhos de materialização. Os físicos, esses visionários cujas "fantasias" acabam confirmadas pela Ciência, falam hoje que há universos paralelos, que se interpenetram, semelhantes ao nosso. A partir daí não é difícil imaginar o mundo espiritual descrito por André Luiz como parte de um universo paralelo com seres e coisas semelhantes à Terra, feitos de matéria num outro estado de vibração, não um mundo "ectoplasmático", mas de quinta-essência material. Nada de se admirar, portanto, que em cidades desse mundo existam pessoas com "uma rotina parecida com a dos vivos: comem, bebem, trabalham e moram em casas modestas ou melhorzinhas". Espirituoso esse "melhorzinhas". Imagina o repórter que o Espírito é uma fumaça sem forma, sem consistência, habitando um nada?
c) Situa o aeróbus, um transporte coletivo que voa, como algo improvável. Menos mal que não tenha escrito impossível. De qualquer forma, ignora, certamente, que pesquisadores estão aperfeiçoando veículos dessa natureza, em alguns países, como solução para os problemas de trânsito e que no universo paralelo, o mundo espiritual, de matéria quinta-essenciada, é muito mais fácil resolver problemas relacionados com a gravidade. Ou, imagina que tudo flutua por lá?
d) Diz jocosamente que "o visual da colônia dos espíritos de luz comprova: o brasileiro pode até se livrar do inferno, mas não escapa nem morto da arquitetura de Oscar Niemeyer. A cidade fantasmática de Nosso Lar é a cara de Brasília..." Não se deu ao trabalho de comparar datas e não percebeu que, mais apropriadamente, Brasília copiou Nosso Lar, visto que a cidade espiritual foi descrita por André Luiz em 1943, enquanto a construção de Brasília foi planejada e ocorreu no governo de Juscelino Kubistchek, de 1956 a 1961, inaugurada em 1960. Quanto ao mais, seria recomendável aos repórteres de VEJA o benefício de um estudo acurado e sem prejulgamento do livro que deu origem ao filme, psicografado por esse atestado vivo de integridade e amor à verdade, que foi o médium Chico Xavier, para compreenderem qual é o objetivo dessa magistral obra, como resume o Espírito Emmanuel, no prefácio:
André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração
FONTE: http://www.richardsimonetti.com.br/artigos/exibir/136
Senhor redator.
Como espírita, assinante dessa revista há muitos anos, lamento o tom de deboche que caracterizou sua reportagem sobre o filme Nosso Lar, o que, diga-se de passagem, também está presente em matérias sobre outras religiões. Nesse aspecto, VEJA é uma revista coerentemente debochada.
Não respeita a crença de nenhum leitor.
Pior são os erros de apreciação sobre a Doutrina Espírita, revelando ignorância do repórter, uma falha perigosa, porquanto coloca em dúvida outras matérias e informações. Como saber se os responsáveis estavam preparados para escrevê-las, evitando fantasias e especulações?
Para sua apreciação, senhor redator, algumas "escorregadelas" do repórter:
a) Grafa entre aspas o verbo desencarnar. Só teria sentido se ainda não houvesse sido dicionarizado. Por outro lado, noventa por cento dos brasileiros são espiritualistas, isto é, acreditam na existência e sobrevivência do Espírito. Este ser imortal desencarna, jamais morre. A minoria materialista, que acredita que tudo termina no túmulo, certamente terá surpresas quando "morrer".
b) Fala em cordilheira de ectoplasma onde se situaria Nosso Lar. De onde tirou isso? Ectoplasma é um fluido exteriorizado pelos médiuns para trabalhos de materialização. Os físicos, esses visionários cujas "fantasias" acabam confirmadas pela Ciência, falam hoje que há universos paralelos, que se interpenetram, semelhantes ao nosso. A partir daí não é difícil imaginar o mundo espiritual descrito por André Luiz como parte de um universo paralelo com seres e coisas semelhantes à Terra, feitos de matéria num outro estado de vibração, não um mundo "ectoplasmático", mas de quinta-essência material. Nada de se admirar, portanto, que em cidades desse mundo existam pessoas com "uma rotina parecida com a dos vivos: comem, bebem, trabalham e moram em casas modestas ou melhorzinhas". Espirituoso esse "melhorzinhas". Imagina o repórter que o Espírito é uma fumaça sem forma, sem consistência, habitando um nada?
c) Situa o aeróbus, um transporte coletivo que voa, como algo improvável. Menos mal que não tenha escrito impossível. De qualquer forma, ignora, certamente, que pesquisadores estão aperfeiçoando veículos dessa natureza, em alguns países, como solução para os problemas de trânsito e que no universo paralelo, o mundo espiritual, de matéria quinta-essenciada, é muito mais fácil resolver problemas relacionados com a gravidade. Ou, imagina que tudo flutua por lá?
d) Diz jocosamente que "o visual da colônia dos espíritos de luz comprova: o brasileiro pode até se livrar do inferno, mas não escapa nem morto da arquitetura de Oscar Niemeyer. A cidade fantasmática de Nosso Lar é a cara de Brasília..." Não se deu ao trabalho de comparar datas e não percebeu que, mais apropriadamente, Brasília copiou Nosso Lar, visto que a cidade espiritual foi descrita por André Luiz em 1943, enquanto a construção de Brasília foi planejada e ocorreu no governo de Juscelino Kubistchek, de 1956 a 1961, inaugurada em 1960. Quanto ao mais, seria recomendável aos repórteres de VEJA o benefício de um estudo acurado e sem prejulgamento do livro que deu origem ao filme, psicografado por esse atestado vivo de integridade e amor à verdade, que foi o médium Chico Xavier, para compreenderem qual é o objetivo dessa magistral obra, como resume o Espírito Emmanuel, no prefácio:
André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração
FONTE: http://www.richardsimonetti.com.br/artigos/exibir/136
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
FAÇA UMA SÉRIA REFLEXÃO...
França: proibição de salas para consumo de drogas gera protestos humanitários
1. A França prossegue na linha conservadora com relação à política sobre o fenômeno representado pelas drogas proibidas. O conservadorismo do governo Nicolas Sarkozy não destoa dos anteriores, incluído o do falecido François Mitterrand, que era socialista.
Como informamos na sexta-feira passada, o governo francês proibiu a instalação de “salas seguras” para uso de drogas ilícitas, conhecidas na Europa como narcossalas.
Nesta segunda-feira, as duas associações de maior prestígio no campo da redução de riscos e danos, quer individuais quer sociais, apresentaram moções de repúdio.
Em dois comunicados distintos, a Associação Nacional para a Prevenção ao Alcoolismo e à Dependência (ANPAA) e a Associação para a Redução de Riscos (AFR) criticaram o governo francês pela proibição.
A ANPAA, por exemplo, propõe “que a comissão consultiva nacional de ética para a ciência da vida e da saúde pública seja investida de atribuições para discutir e deliberar sobre questões sociais ( Nota do blog: narcossalas) referentes aos progressos na área do conhecimento”.
Para os membros da ANPAA, a “história epidemiológica e a experiência clínica demonstram que o projeto de uma sociedade sem consumo de drogas é ilusório. As posturas proibicionistas e repressivas são inócuas. Isto porque uma cura raramente se dá apenas com a abstinência”.
A abstinência, prossegue a ANPAA na sua moção de repúdio à vedação governamental à abertura de narcossalas, cria maior exclusão. Ou seja “afasta dos sistemas de proteção e de acompanhamento da parcela frágil e frequentemente marginalizada de consumidores de drogas proibidas”.
2. No campo dos direitos humanos, as narcossalas representam práticas sócio-sanitárias. Além de locais seguros para consumo, oferecem programas de emprego, informações e assistência médica permanente.
O modelo europeu considerado de sucesso foi o implantado em Frankfurt, na Alemanha, em 1994, quando a cidade tinha cerca de 6 mil dependentes químicos. Até a Suíça trocou as praças pelos ambientes fechados e controlados.
Em Frankfurt, o número de usuários e dependentes caiu pela metade até 2003. Além disso, outras oito cidades alemãs adotaram as salas seguras. Os hospitais e os postos de saúde, antes das narcossalas, atendiam 15 casos graves por dia, com um custo estimado de 350 euros por intervenção. Tais resultados inspiraram a Espanha, que realiza experiências com as salas seguras.
O sistema alemão oferece acolhida aos que vivem marginalizados e em péssimas condições de saúde e econômicas. Foi, sem dúvida, uma forma de aproximação, incluindo cuidados médicos, informações úteis e ofertas de formação profissional e de trabalho. Com isso, o uso de drogas injetáveis despencou 50%.
Reduziram-se também significativamente os casos de Aids e outras patologias correlatas ao consumo de drogas proibidas. Vale destacar ainda que, entre os usuários que ingressaram nos programas de narcossalas, caiu o índice de mortalidade em virtude da melhora da qualidade de vida. Por sua vez, as mortes por overdose também baixaram, tendo o mesmo sucedido, no campo da microcriminalidade, com os delitos relacionadas ao consumo de drogas.
A experiência de Frankfurt serviu para afastar a tese de que as narcossalas poderiam estimular os jovens a ingressar no mundo das drogas. Pesquisas realizadas por autoridades sanitárias demonstraram que os jovens de idade entre 15 e 18 anos da cidade não partiram para o uso de heroína ou cocaína e menos de 1% nunca provou uma dessas drogas na vida. Um levantamento epidemiológico revelou o aumento na idade do consumidor: subiu para entre 30 e 34 anos.
As narcossalas, nos lugares onde foram implantadas, deram certo não só em relação à redução da demanda, mas também pela contribuição positiva quanto aos aspectos e práticas humanos, solidários e de reinserção social. Na Alemanha, as federações do comércio e da indústria apoiaram com cerca de 1 milhão de euros os programas das narcossalas.
PANO RÁPIDO. Como alertou o professor Uwe Kemmesies, da Universidade de Frankfurt, “podemos reconhecer que a oferta de salas seguras para o consumo de drogas melhorou a expectativa e a qualidade de vida de muitos toxicodependentes que não desejam ou não conseguem abandonar as substâncias”.
Wálter Fanganiello Maierovitch
1. A França prossegue na linha conservadora com relação à política sobre o fenômeno representado pelas drogas proibidas. O conservadorismo do governo Nicolas Sarkozy não destoa dos anteriores, incluído o do falecido François Mitterrand, que era socialista.
Como informamos na sexta-feira passada, o governo francês proibiu a instalação de “salas seguras” para uso de drogas ilícitas, conhecidas na Europa como narcossalas.
Nesta segunda-feira, as duas associações de maior prestígio no campo da redução de riscos e danos, quer individuais quer sociais, apresentaram moções de repúdio.
Em dois comunicados distintos, a Associação Nacional para a Prevenção ao Alcoolismo e à Dependência (ANPAA) e a Associação para a Redução de Riscos (AFR) criticaram o governo francês pela proibição.
A ANPAA, por exemplo, propõe “que a comissão consultiva nacional de ética para a ciência da vida e da saúde pública seja investida de atribuições para discutir e deliberar sobre questões sociais ( Nota do blog: narcossalas) referentes aos progressos na área do conhecimento”.
Para os membros da ANPAA, a “história epidemiológica e a experiência clínica demonstram que o projeto de uma sociedade sem consumo de drogas é ilusório. As posturas proibicionistas e repressivas são inócuas. Isto porque uma cura raramente se dá apenas com a abstinência”.
A abstinência, prossegue a ANPAA na sua moção de repúdio à vedação governamental à abertura de narcossalas, cria maior exclusão. Ou seja “afasta dos sistemas de proteção e de acompanhamento da parcela frágil e frequentemente marginalizada de consumidores de drogas proibidas”.
2. No campo dos direitos humanos, as narcossalas representam práticas sócio-sanitárias. Além de locais seguros para consumo, oferecem programas de emprego, informações e assistência médica permanente.
O modelo europeu considerado de sucesso foi o implantado em Frankfurt, na Alemanha, em 1994, quando a cidade tinha cerca de 6 mil dependentes químicos. Até a Suíça trocou as praças pelos ambientes fechados e controlados.
Em Frankfurt, o número de usuários e dependentes caiu pela metade até 2003. Além disso, outras oito cidades alemãs adotaram as salas seguras. Os hospitais e os postos de saúde, antes das narcossalas, atendiam 15 casos graves por dia, com um custo estimado de 350 euros por intervenção. Tais resultados inspiraram a Espanha, que realiza experiências com as salas seguras.
O sistema alemão oferece acolhida aos que vivem marginalizados e em péssimas condições de saúde e econômicas. Foi, sem dúvida, uma forma de aproximação, incluindo cuidados médicos, informações úteis e ofertas de formação profissional e de trabalho. Com isso, o uso de drogas injetáveis despencou 50%.
Reduziram-se também significativamente os casos de Aids e outras patologias correlatas ao consumo de drogas proibidas. Vale destacar ainda que, entre os usuários que ingressaram nos programas de narcossalas, caiu o índice de mortalidade em virtude da melhora da qualidade de vida. Por sua vez, as mortes por overdose também baixaram, tendo o mesmo sucedido, no campo da microcriminalidade, com os delitos relacionadas ao consumo de drogas.
A experiência de Frankfurt serviu para afastar a tese de que as narcossalas poderiam estimular os jovens a ingressar no mundo das drogas. Pesquisas realizadas por autoridades sanitárias demonstraram que os jovens de idade entre 15 e 18 anos da cidade não partiram para o uso de heroína ou cocaína e menos de 1% nunca provou uma dessas drogas na vida. Um levantamento epidemiológico revelou o aumento na idade do consumidor: subiu para entre 30 e 34 anos.
As narcossalas, nos lugares onde foram implantadas, deram certo não só em relação à redução da demanda, mas também pela contribuição positiva quanto aos aspectos e práticas humanos, solidários e de reinserção social. Na Alemanha, as federações do comércio e da indústria apoiaram com cerca de 1 milhão de euros os programas das narcossalas.
PANO RÁPIDO. Como alertou o professor Uwe Kemmesies, da Universidade de Frankfurt, “podemos reconhecer que a oferta de salas seguras para o consumo de drogas melhorou a expectativa e a qualidade de vida de muitos toxicodependentes que não desejam ou não conseguem abandonar as substâncias”.
Wálter Fanganiello Maierovitch
sábado, 31 de julho de 2010
A VIDA EM FAMÍLIA
É sabido que a vida em família inicia-se, geralmente, na união de duas pessoas. Em assim sendo, quais são os fins essenciais do casamento? Podemos afirmar sem dúvida alguma que é para a criação de vínculos de amor, compreensão e fidelidade entre marido e mulher, assegurando-lhes o equilíbrio emocional. Para sermos felizes, todos precisamos de um parceiro (a) com quem partilhar ansiedades, resolver problemas do cotidiano, confiar triunfos e reveses e, principalmente, realizar nossos desejos de dar e receber carinho. Como conseqüência o casal busca a procriação e tornando-nos pais, não apenas damos cumprimento a uma lei natural, instituída por Deus, como enriquecemos a nossa vida, pois se os filhos nos impõem encargos, também nos motivam a procura de ideais nobres. Isso nos remete para a estrutura do lar como fator de progresso de todos. Se o lar falhar nos seus deveres para com a criança, muito provavelmente ela também falhará aos seus deveres para consigo mesma, para com a família, para com a sociedade e para com Deus. Ensinam os espíritos que “quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços de carne, mas também pelos da alma a fim de que a afeição mútua dos esposos se transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir”. Isto que dizer que o casal precisa de uma vida estável e equilibrada. Qual é a importância desta conduta? Para que uma família seja equilibrada é necessário que o casal esteja e devem ajustar as condições para vencer os obstáculos que a vida apresente, se ambos se respeitarem e buscarem permanentemente pontos de concordância, pois só assim encontrarão juntos a solução para os pontos de divergências. Segundo Emmanuel: “através do casal funciona o princípio da reencarnação, de acordo com as leis divinas, possibilitando um dos trabalhos mais elevados de ação do mundo espiritual”. André Luiz (espírito) ensina que “o lar é conquista sublime que os homens vão realizando vagarosamente”. Isto quer dizer que o espírito traz consigo vocação para a união conjugal? É Emannuel quem orienta: “os deveres assumidos, no campo do amor, no presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração, e não se danificarão os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na próxima vida”. O benfeitor espiritual continua a orientar: “os espíritos situados na faixa de evolução mediana ou acima desta participam mais ou menos ativamente de sua programação reencarnatória e, geralmente, pedem retorno justamente com credores e devedores do passado em ambientes e situações semelhantes às que já viveram e que constituíram obstáculos em suas caminhadas evolutivas...”
Diante de tal explanação esclarecemos que as reencarnações podem ser de: reajuste e resgate; iniciativa e continuidade; lição e sacrifício; dívidas e créditos; progresso e aperfeiçoamento e recuperação e missão. Os casamentos podem ser acertados, ou não, quando ainda nos encontramos no mundo espiritual e podem ser classificados na seguinte ordem: 1-casamentos sublimados, sendo a união de almas engrandecidas no bem, que se unem com a finalidade elevada para realizações de interesse geral. O maior exemplo foi Maria e José, pais de Jesus de Nazaré. 2-casamento feliz: são almas que possuem grande afinidade. São bastante esclarecidas que se amam e se consolidam afeições antigas, o que não quer dizer que não enfrentam problemas. No entanto são facilmente resolvidos em razão da grande afinidade que possuem. 3-casamento sacrificial: nestes há sacrifícios, renúncia e desprendimento de um dos cônjuges em favor do outro. Um deles apresenta moral bastante elevada e o outro a apresenta bastante baixa. 4-casamento acidental: ocorre entre as almas que não tem comprometimento espiritual anterior, assim como não há nenhuma programação entre elas para a vida presente, é um imprevisto, que ocorre por atração momentânea e de interesses. 5-casamento provacional: são os casamentos em que um dos cônjuges já expiou pelos erros cometidos na vida a dois em encarnação anterior. São casamentos em que os ambos serão avaliados no grau de aprendizado e da vivência das leis divinas. 6-casamento expiatório: os espíritos são devedores e possuem dívidas que precisam ser quitadas, entre eles mesmos ou perante as leis divinas. Normalmente são casamentos difíceis de serem suportados, marcados por trovoadas e tempestades... Porém o casal pode superar as adversidades, modificando o estado da união. Quais seriam diante destas realidades as causas importantes para o sucesso do matrimonio e da família? A intensa capacidade de afeto ou grande consideração, a maturidade emocional, a habilidade em comunicar-se, a disposição constante de se alegrar com o outro e de participar de acontecimentos com ele, a habilidade em lidar com tensões e diferenças, de forma construtiva, a disposição e bom humor, o conhecimento e aceitação dos limites do outro e a capacidade de perdoar. Mesmo entre os casais onde haja grande sentimento ou amor, não havendo estes atributos, dificilmente o casal logrará êxito na jornada encarnatória, desperdiçando oportunidade valiosa de crescimento e evolução. È preciso, portanto, preparar-se para a vida, em todos os sentidos, para que quando surja a oportunidade de se viver com outrem, estejamos minimamente preparador para a vida a dois e, conseqüentemente, a vida em família.
É sabido que a vida em família inicia-se, geralmente, na união de duas pessoas. Em assim sendo, quais são os fins essenciais do casamento? Podemos afirmar sem dúvida alguma que é para a criação de vínculos de amor, compreensão e fidelidade entre marido e mulher, assegurando-lhes o equilíbrio emocional. Para sermos felizes, todos precisamos de um parceiro (a) com quem partilhar ansiedades, resolver problemas do cotidiano, confiar triunfos e reveses e, principalmente, realizar nossos desejos de dar e receber carinho. Como conseqüência o casal busca a procriação e tornando-nos pais, não apenas damos cumprimento a uma lei natural, instituída por Deus, como enriquecemos a nossa vida, pois se os filhos nos impõem encargos, também nos motivam a procura de ideais nobres. Isso nos remete para a estrutura do lar como fator de progresso de todos. Se o lar falhar nos seus deveres para com a criança, muito provavelmente ela também falhará aos seus deveres para consigo mesma, para com a família, para com a sociedade e para com Deus. Ensinam os espíritos que “quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços de carne, mas também pelos da alma a fim de que a afeição mútua dos esposos se transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir”. Isto que dizer que o casal precisa de uma vida estável e equilibrada. Qual é a importância desta conduta? Para que uma família seja equilibrada é necessário que o casal esteja e devem ajustar as condições para vencer os obstáculos que a vida apresente, se ambos se respeitarem e buscarem permanentemente pontos de concordância, pois só assim encontrarão juntos a solução para os pontos de divergências. Segundo Emmanuel: “através do casal funciona o princípio da reencarnação, de acordo com as leis divinas, possibilitando um dos trabalhos mais elevados de ação do mundo espiritual”. André Luiz (espírito) ensina que “o lar é conquista sublime que os homens vão realizando vagarosamente”. Isto quer dizer que o espírito traz consigo vocação para a união conjugal? É Emannuel quem orienta: “os deveres assumidos, no campo do amor, no presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração, e não se danificarão os sentimentos alheios sem resultados correspondentes na próxima vida”. O benfeitor espiritual continua a orientar: “os espíritos situados na faixa de evolução mediana ou acima desta participam mais ou menos ativamente de sua programação reencarnatória e, geralmente, pedem retorno justamente com credores e devedores do passado em ambientes e situações semelhantes às que já viveram e que constituíram obstáculos em suas caminhadas evolutivas...”
Diante de tal explanação esclarecemos que as reencarnações podem ser de: reajuste e resgate; iniciativa e continuidade; lição e sacrifício; dívidas e créditos; progresso e aperfeiçoamento e recuperação e missão. Os casamentos podem ser acertados, ou não, quando ainda nos encontramos no mundo espiritual e podem ser classificados na seguinte ordem: 1-casamentos sublimados, sendo a união de almas engrandecidas no bem, que se unem com a finalidade elevada para realizações de interesse geral. O maior exemplo foi Maria e José, pais de Jesus de Nazaré. 2-casamento feliz: são almas que possuem grande afinidade. São bastante esclarecidas que se amam e se consolidam afeições antigas, o que não quer dizer que não enfrentam problemas. No entanto são facilmente resolvidos em razão da grande afinidade que possuem. 3-casamento sacrificial: nestes há sacrifícios, renúncia e desprendimento de um dos cônjuges em favor do outro. Um deles apresenta moral bastante elevada e o outro a apresenta bastante baixa. 4-casamento acidental: ocorre entre as almas que não tem comprometimento espiritual anterior, assim como não há nenhuma programação entre elas para a vida presente, é um imprevisto, que ocorre por atração momentânea e de interesses. 5-casamento provacional: são os casamentos em que um dos cônjuges já expiou pelos erros cometidos na vida a dois em encarnação anterior. São casamentos em que os ambos serão avaliados no grau de aprendizado e da vivência das leis divinas. 6-casamento expiatório: os espíritos são devedores e possuem dívidas que precisam ser quitadas, entre eles mesmos ou perante as leis divinas. Normalmente são casamentos difíceis de serem suportados, marcados por trovoadas e tempestades... Porém o casal pode superar as adversidades, modificando o estado da união. Quais seriam diante destas realidades as causas importantes para o sucesso do matrimonio e da família? A intensa capacidade de afeto ou grande consideração, a maturidade emocional, a habilidade em comunicar-se, a disposição constante de se alegrar com o outro e de participar de acontecimentos com ele, a habilidade em lidar com tensões e diferenças, de forma construtiva, a disposição e bom humor, o conhecimento e aceitação dos limites do outro e a capacidade de perdoar. Mesmo entre os casais onde haja grande sentimento ou amor, não havendo estes atributos, dificilmente o casal logrará êxito na jornada encarnatória, desperdiçando oportunidade valiosa de crescimento e evolução. È preciso, portanto, preparar-se para a vida, em todos os sentidos, para que quando surja a oportunidade de se viver com outrem, estejamos minimamente preparador para a vida a dois e, conseqüentemente, a vida em família.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
O FIM DOS PROFESSORES
Queridos leitores. Este artigo circula na Internet, portanto, não é de minha autoria. Estou publicando-o com o propósito da reflexão de sua leitura.
O ano é 2.210 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom, vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um “plano secreto” e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade (atualmente um deles é candidato a presidente da república). O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas, sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos.
Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para quê estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”.
Os professores eram vítimas da violência física, verbal e moral, que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarravam na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse.
“Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas.
Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor.
As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores...
Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.
– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?
– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...
O ano é 2.210 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação
– Vovô, por que o mundo está acabando?
A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom, vem a resposta:
– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
– E como foi que eles desapareceram, vovô?
– Ah, foi tudo parte de um “plano secreto” e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade (atualmente um deles é candidato a presidente da república). O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas, sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos.
Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para quê estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”.
Os professores eram vítimas da violência física, verbal e moral, que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarravam na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse.
“Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas.
Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor.
As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores...
Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.
– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?
– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...
quinta-feira, 1 de julho de 2010
200 milhões em ação... Pra Frente Brasil.
Querido leitor (a) o que você vai ler pode ser considerado plágio ou mera coincidência de alguém que já tenha escrito as mal traçadas linhas a seguir, pois se resume numa síntese do que se fala pela mídia em geral.
"O sonho de estar na Seleção Brasileira é bem maior que qualquer outra coisa. Na vida a gente tem vários objetivos, e um deles, nesta Seleção, é resgatar o amor pela camisa, de estar na Seleção, participar desse grupo". Essa frase ficou conhecida, através do treinador da seleção brasileira, que justifica o amor pela camisa, para manter o grupo que ele entende como o melhor para esta copa. Controvérsias à parte vamos pensar sobre isso! Parece-me ser uma grande moleza jogar em clubes fora do Brasil, onde tudo é melhor, em todos os sentidos, e vir a ser convocado para a Seleção Brasileira. Esses nossos estrangeiros chegam à hipocrisia de dizer que “estou longe, mas meu coração é do futebol brasileiro”. São todos jogadores respeitados e reconhecidos pelos times em que jogam e muito valorizados. Ganham em dólares. Iguais aos nossos aqui no Brasil (claro que isso é irônico, pode rir). Além do que enriquecem, também, através de patrocinadores e, mesmo quando pararem de jogar bola, continuarão a fazer fortuna.
Dizem que tem amor pela camisa do Brasil (mas que piada, não!). Se perderem a copa, nada impossível, o que vai acontecer com eles e toda a comissão técnica, além do próprio técnico? Nada. Absolutamente nada. É uma maravilha jogar pela seleção brasileira, vivendo no exterior.
Para recuar só um pouquinho no tempo, foi assim em 1998 e 2006. Depois de eliminado, o selecionado dispensou os jogadores lá mesmo na Europa. É conhecido o episódio de alguns jogadores que horas depois da lamentável participação brasileira na Alemanha já estavam numa casa noturna “tentando esquecer a derrota”.
“Enquanto os torcedores brasileiros ainda choravam a frustrante atuação da Seleção no Mundial, quase todos os jogadores já estavam de volta às cidades onde moravam com família e ao lado dos amigos. Longe, bem longe do “velório” brasileiro. Distantes do Brasil seguiram vida normal, o mesmo supermercado, os mesmos trajetos, as mulheres e os filhos não foram incomodados e ninguém falava mais nos seus ouvidos sobre a péssima participação brasileira na Copa da Alemanha ou da França”.
Detalhe curioso. O tal “bicho”, que é uma baita bolada de dinheiro, que nós os pobres mortais, não ganharemos nem tralhando a vida toda, está garantido. Ganhe ou não a copa, o dinheirinho deles já está no cofre. No caso de vitória, aumenta muito a bolada. Sabe quem paga tudo isso. Você, eu, os trouxas que suamos (de verdade) a camisa, o ano inteiro, pagando impostos, na faixa de 36% ao ano, de tudo que ganhamos. E ainda vamos pra rua “comemorar” a conquista, ou chorarmos a derrota. Enquanto que eles...
“Se jogassem no Brasil seria diferente, bem diferente. Ficariam enclausurados por muito tempo. Até mesmo envergonhados de sair pelas ruas. Os filhos seriam cutucados pelos colegas nas escolas, as mulheres seriam questionadas sobre a apresentação dos maridos ou namorados. Ouviriam cobranças, críticas… Seriam repreendidos em todos os lugares e por muito tempo”. Essa é a verdade da vida real. Observem os países que foram um fiasco nesta copa e, já estão de volta em seus países, o que estão tendo que enfrentar, em termos de opinião pública. Jogar pela Seleção Brasileira e morar no Brasil não é fácil, não.
Atuar na Seleção Brasileira morando em outros países é um sonho dourado. Se ganhar, volta como integrante de um grupo de guerreiros vitoriosos e carregado pelos braços do povo. Se perder, a distância resolve o problema, não aparecem por aqui e pronto. É só desligar o telefone, desconectar os sites brasileiros, só assistir a canais internacionais e pronto. Ninguém numa rua italiana, alemã ou espanhola vai tocar no assunto. Continuará tendo muita paz… nada mudará na vida deles.
Vestir a camisa da Seleção Brasileira, trabalhando em clubes do exterior, é o desejo de todo jogador de futebol. Colhem frutos adoráveis depois de vitórias, são vistos como verdadeiros heróis da pátria; sobem e descem rampas…
Mas, depois de megatropeços, seus ouvidos e olhos não são atingidos. No dia seguinte não precisam passar pelo dissabor de olhar nos olhos da torcida brasileira… Jogador da Seleção Brasileira que trabalha no exterior é, acima de tudo, um “sortudo”. Depois dizem “estou longe, mas meu coração é do futebol brasileiro”. E nós continuamos a formar uma corrente pra frente... Brasil.
"O sonho de estar na Seleção Brasileira é bem maior que qualquer outra coisa. Na vida a gente tem vários objetivos, e um deles, nesta Seleção, é resgatar o amor pela camisa, de estar na Seleção, participar desse grupo". Essa frase ficou conhecida, através do treinador da seleção brasileira, que justifica o amor pela camisa, para manter o grupo que ele entende como o melhor para esta copa. Controvérsias à parte vamos pensar sobre isso! Parece-me ser uma grande moleza jogar em clubes fora do Brasil, onde tudo é melhor, em todos os sentidos, e vir a ser convocado para a Seleção Brasileira. Esses nossos estrangeiros chegam à hipocrisia de dizer que “estou longe, mas meu coração é do futebol brasileiro”. São todos jogadores respeitados e reconhecidos pelos times em que jogam e muito valorizados. Ganham em dólares. Iguais aos nossos aqui no Brasil (claro que isso é irônico, pode rir). Além do que enriquecem, também, através de patrocinadores e, mesmo quando pararem de jogar bola, continuarão a fazer fortuna.
Dizem que tem amor pela camisa do Brasil (mas que piada, não!). Se perderem a copa, nada impossível, o que vai acontecer com eles e toda a comissão técnica, além do próprio técnico? Nada. Absolutamente nada. É uma maravilha jogar pela seleção brasileira, vivendo no exterior.
Para recuar só um pouquinho no tempo, foi assim em 1998 e 2006. Depois de eliminado, o selecionado dispensou os jogadores lá mesmo na Europa. É conhecido o episódio de alguns jogadores que horas depois da lamentável participação brasileira na Alemanha já estavam numa casa noturna “tentando esquecer a derrota”.
“Enquanto os torcedores brasileiros ainda choravam a frustrante atuação da Seleção no Mundial, quase todos os jogadores já estavam de volta às cidades onde moravam com família e ao lado dos amigos. Longe, bem longe do “velório” brasileiro. Distantes do Brasil seguiram vida normal, o mesmo supermercado, os mesmos trajetos, as mulheres e os filhos não foram incomodados e ninguém falava mais nos seus ouvidos sobre a péssima participação brasileira na Copa da Alemanha ou da França”.
Detalhe curioso. O tal “bicho”, que é uma baita bolada de dinheiro, que nós os pobres mortais, não ganharemos nem tralhando a vida toda, está garantido. Ganhe ou não a copa, o dinheirinho deles já está no cofre. No caso de vitória, aumenta muito a bolada. Sabe quem paga tudo isso. Você, eu, os trouxas que suamos (de verdade) a camisa, o ano inteiro, pagando impostos, na faixa de 36% ao ano, de tudo que ganhamos. E ainda vamos pra rua “comemorar” a conquista, ou chorarmos a derrota. Enquanto que eles...
“Se jogassem no Brasil seria diferente, bem diferente. Ficariam enclausurados por muito tempo. Até mesmo envergonhados de sair pelas ruas. Os filhos seriam cutucados pelos colegas nas escolas, as mulheres seriam questionadas sobre a apresentação dos maridos ou namorados. Ouviriam cobranças, críticas… Seriam repreendidos em todos os lugares e por muito tempo”. Essa é a verdade da vida real. Observem os países que foram um fiasco nesta copa e, já estão de volta em seus países, o que estão tendo que enfrentar, em termos de opinião pública. Jogar pela Seleção Brasileira e morar no Brasil não é fácil, não.
Atuar na Seleção Brasileira morando em outros países é um sonho dourado. Se ganhar, volta como integrante de um grupo de guerreiros vitoriosos e carregado pelos braços do povo. Se perder, a distância resolve o problema, não aparecem por aqui e pronto. É só desligar o telefone, desconectar os sites brasileiros, só assistir a canais internacionais e pronto. Ninguém numa rua italiana, alemã ou espanhola vai tocar no assunto. Continuará tendo muita paz… nada mudará na vida deles.
Vestir a camisa da Seleção Brasileira, trabalhando em clubes do exterior, é o desejo de todo jogador de futebol. Colhem frutos adoráveis depois de vitórias, são vistos como verdadeiros heróis da pátria; sobem e descem rampas…
Mas, depois de megatropeços, seus ouvidos e olhos não são atingidos. No dia seguinte não precisam passar pelo dissabor de olhar nos olhos da torcida brasileira… Jogador da Seleção Brasileira que trabalha no exterior é, acima de tudo, um “sortudo”. Depois dizem “estou longe, mas meu coração é do futebol brasileiro”. E nós continuamos a formar uma corrente pra frente... Brasil.
terça-feira, 29 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
ETERNIDADE
“Felizes são aqueles que levam consigo uma parte das dores do mundo. Durante a longa caminhada, eles saberão mais coisas sobre a felicidade do que aqueles que a evitam”.
Nossa existência terrena se assemelha a uma viagem. A primeira estação, a do embarque, é a mesma para todos, e se chama nascimento. Quanto tempo durará a viagem, qual a duração de uma vida, quem o saberá?
Da mesma forma que bela, breve é a vida. A última estação, a do desembarque, é a mesma para todos, e se chama eternidade...
Estamos preparado para este desembarque? Não pensemos estar prontos. Não nos iludamos, pois infindável é a preparação.
E um dia, não tão distante, chegará a nossa vez de desembarcar, e será um ato solitário.
Os jornais do mundo continuarão repletos de notícias, carros continuarão a cruzar avenidas e estradas, mas, para aquele que adentrar a eternidade, já não terão a menor importância. Familiares, - filhos, irmãos, pais e amigos íntimos deixados para trás. Bens materiais, conta bancária, chaves e senhas ficaram para trás, perdendo o valor que aparentavam ter.
Desta existência terrena levaremos apenas aquilo que trazemos no coração. Nada nos pertence de fato, sendo nos confiado por um breve intervalo de tempo.
A Partir desse instante iniciaremos a colheita daquilo que plantamos, pois, nossas ações têm conseqüências.
E quanto ao nosso corpo físico. Bem, o corpo físico se assemelha a uma gaiola, e a alma, a uma ave que nela habita.
Na hora derradeira, a Morte, - sempre atenta, sempre justa -, estende a sua mão e diz para a ave
da alma: “É chegada a hora da tua partida, de deixar para trás esta gaiola mortal, e seguir livre a tua jornada.”
Estará a ave do espírito apta a voar nesta hora decisiva? Estarão as suas asas suficientemente fortes? Estarão as nossas asas suficientemente limpas?
Cuidar das asas significa cuidar do espírito. “Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa caminhada e alimentar significações que enchem de sentido a nossa vida e que levaremos conosco até o fim de nossa existência.”
“Significa, especialmente, cuidar da espiritualidade, que é a capacidade de sentir Deus a partir do coração e de vê-Lo nascer a cada momento no outro que está à minha frente.”
Amar os homens é amar a Deus. Muito se tem falado sobre os Direitos Humanos, mas já é sem tempo de devemos pensar em termos de Deveres Humanos.
O dever de ser solidário, de compartilhar os bens e os dons com os quais fomos agraciados pela Vida. O dever de ampliar o nosso campo de visão, de modo a abranger não apenas a nossa família biológica, mas a inteira família humana.O dever de amar e acolher o órfão, o idoso, o enfermo,o desamparado. O dever de socorrer o pobre, o necessitado, o excluído, o desabrigado.
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o coração, como permanece nele o amor de Deus?” I João 3, 17
Existe a matéria e existe o espírito. A matéria é limitada pelas leis do tempo e do espaço, pelo visível, pelo findável, pelo finito. O espírito pertence a um mundo sem fronteiras ou limitações, um mundo onde as aparências se desmancham, e as essências são reveladas. Durante um breve lapso de tempo, espírito e matéria dividem o mesmo palco, findo tal prazo, cada qual segue o seu rumo. O corpo material, o necessário abrigo temporário do espírito, recolhe-se ao cosmos, enquanto que o espírito segue sua jornada pelos mundos invisíveis, eternos, celestiais.
Purificar o coração, lapidar a alma, ser solidário, generoso, atento, desperto, de modo a estar apto a deixar o palco da vida terrena, quando a hora final chegar, com a sensação de dever cumprido, com uma consciência tranqüila. Outros prados, outras pradarias nos esperam. Mundos espirituais, onde a Justiça não fenece, onde o Amor continuamente floresce, e onde a Bondade perdura. “Olhai os lírios do campo…” “Buscai o Reino de Deus em primeiro lugar.”, ensinou Jesus.
Nossa existência terrena se assemelha a uma viagem. A primeira estação, a do embarque, é a mesma para todos, e se chama nascimento. Quanto tempo durará a viagem, qual a duração de uma vida, quem o saberá?
Da mesma forma que bela, breve é a vida. A última estação, a do desembarque, é a mesma para todos, e se chama eternidade...
Estamos preparado para este desembarque? Não pensemos estar prontos. Não nos iludamos, pois infindável é a preparação.
E um dia, não tão distante, chegará a nossa vez de desembarcar, e será um ato solitário.
Os jornais do mundo continuarão repletos de notícias, carros continuarão a cruzar avenidas e estradas, mas, para aquele que adentrar a eternidade, já não terão a menor importância. Familiares, - filhos, irmãos, pais e amigos íntimos deixados para trás. Bens materiais, conta bancária, chaves e senhas ficaram para trás, perdendo o valor que aparentavam ter.
Desta existência terrena levaremos apenas aquilo que trazemos no coração. Nada nos pertence de fato, sendo nos confiado por um breve intervalo de tempo.
A Partir desse instante iniciaremos a colheita daquilo que plantamos, pois, nossas ações têm conseqüências.
E quanto ao nosso corpo físico. Bem, o corpo físico se assemelha a uma gaiola, e a alma, a uma ave que nela habita.
Na hora derradeira, a Morte, - sempre atenta, sempre justa -, estende a sua mão e diz para a ave
da alma: “É chegada a hora da tua partida, de deixar para trás esta gaiola mortal, e seguir livre a tua jornada.”
Estará a ave do espírito apta a voar nesta hora decisiva? Estarão as suas asas suficientemente fortes? Estarão as nossas asas suficientemente limpas?
Cuidar das asas significa cuidar do espírito. “Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa caminhada e alimentar significações que enchem de sentido a nossa vida e que levaremos conosco até o fim de nossa existência.”
“Significa, especialmente, cuidar da espiritualidade, que é a capacidade de sentir Deus a partir do coração e de vê-Lo nascer a cada momento no outro que está à minha frente.”
Amar os homens é amar a Deus. Muito se tem falado sobre os Direitos Humanos, mas já é sem tempo de devemos pensar em termos de Deveres Humanos.
O dever de ser solidário, de compartilhar os bens e os dons com os quais fomos agraciados pela Vida. O dever de ampliar o nosso campo de visão, de modo a abranger não apenas a nossa família biológica, mas a inteira família humana.O dever de amar e acolher o órfão, o idoso, o enfermo,o desamparado. O dever de socorrer o pobre, o necessitado, o excluído, o desabrigado.
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o coração, como permanece nele o amor de Deus?” I João 3, 17
Existe a matéria e existe o espírito. A matéria é limitada pelas leis do tempo e do espaço, pelo visível, pelo findável, pelo finito. O espírito pertence a um mundo sem fronteiras ou limitações, um mundo onde as aparências se desmancham, e as essências são reveladas. Durante um breve lapso de tempo, espírito e matéria dividem o mesmo palco, findo tal prazo, cada qual segue o seu rumo. O corpo material, o necessário abrigo temporário do espírito, recolhe-se ao cosmos, enquanto que o espírito segue sua jornada pelos mundos invisíveis, eternos, celestiais.
Purificar o coração, lapidar a alma, ser solidário, generoso, atento, desperto, de modo a estar apto a deixar o palco da vida terrena, quando a hora final chegar, com a sensação de dever cumprido, com uma consciência tranqüila. Outros prados, outras pradarias nos esperam. Mundos espirituais, onde a Justiça não fenece, onde o Amor continuamente floresce, e onde a Bondade perdura. “Olhai os lírios do campo…” “Buscai o Reino de Deus em primeiro lugar.”, ensinou Jesus.
sábado, 5 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
O BRASILEIRO É ASSIM MESMO...
Somos um povo curioso e, muitas vezes até hilário. Se não, vejamos. Quando temos uma carga de transporte acidentada nas estradas, nos saqueamos os produtos. É muito comum estacionarmos em calçadas, vagas de deficientes e muitas vezes debaixo de placas proibitivas, sem contar o número de vezes que entramos na contramão, é só observar o atual transito de nossa cidade (Tupã-sp), que, aliás, ficou “redondinho”, mas muito chatinho e está fazendo com que o motorista gaste mais tempo, mais combustível, enfim rode mais para chegar ao seu destino. Esperamos, sinceramente, que o tempo possa se justificar todas essas mudanças e que venha valer à pena, no sentido de diminuir acidentes, etc. O tempo é senhor da razão. Mas voltando ao brasileiro... Quando cometemos uma infração é comum tentarmos subornar o agente da punição. Também trocamos votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentaduras e até camisetas. Falamos ao celular enquanto dirigimos. Se nos encontramos em um congestionamento trafegamos no acostamento. Paramos em filas duplas, triplas em frente às escolas. É freqüente violarmos a lei do silêncio. Haja visto os estabelecimentos que não respeitam a vizinhança. A panificadora, de onde sou vizinho, não respeita isso, com equipamentos muito barulhentos, apesar de já termos pedido diversas vezes para isso ser revisto. Comprei um tampão de ouvidos para poder dormir. Recentemente houve os episódios com os veículos de som, que eficientemente se está combatendo. Também dirigimos após consumir bebidas alcoólicas, sem contar o mais grave, os estabelecimentos comerciais de Tupã não respeitam a lei que proíbe a venda de cigarros e bebidas alcoólicas para menores de dezoito anos, além de espalharem mesas, churrasqueiras pelas calçadas, onde não podemos transitar. Mais grave ainda, os poderes legalmente instituídos não fiscalizam adequamente tal desrespeito. Pegamos atestados médicos sem estarmos doentes. E a nossa saúde, então. Vilipendiamos o que podemos, furando filas com interferências de amigos que trabalham na rede pública, em prejuízo do mais necessitado ou carente. Como ensinou o médico Adib Jatene (que já foi ministro da saúde): “Pobre só tem amigo pobre”, portanto, sem condições de que alguém faça por ele alguma coisa, pois os que furam filas na saúde são sempre pessoas que tem amigos lá dentro do sistema, e o pobre, coitado, não tem essa condição. Fazemos gato de luz, de água e de TV a cabo. Registramos imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, só para pagar menos impostos, pois não confiamos em nossos governantes quanto ao que farão com nosso dinheiro em razão de tanta corrupção existente. Compramos recibos para abater na declaração do imposto de renda... Temos tentativas de pessoas mudando a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas. Se viajarmos pela empresa, se o almoço custou dez pedimos nota de vinte reais. Recentemente o CQC – programa de televisão – provou por reportagens a desonestidade do pessoal da prefeitura de Barueri-SP, que receberam uma TV de plasma para ser doada a uma escola daquela cidade, e uma funcionária levou a TV para casa. Quer entender melhor a história entre no http://www.youtube.com/watch?v=Iapmy1sBm8I). Quando vamos vender um carro velho adulteramos o velocímetro como se fosse pouco rodado. Diminuímos a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar a passagem. Emplacamos o carro fora do nosso domicílio para pagar menos IPVA, pois o nosso é muito caro. Freqüentamos caça-níqueis e fazemos uma fezinha nos diversos jogos que existem no país, além, é claro, do velho jogo de bicho. Levamos das empresas onde trabalhamos pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis, etc., como se isso não fosse roubo. Comercializamos os vales-refeição e vales-transportes que recebemos das empresas. Também falsificamos tudo, especialmente os jovens menores de 18 anos que querem um RG de adulto. Só não falsificamos o que ainda não foi inventado. É o velho jeitinho de sempre. Os que viajam para o exterior, nunca dizem a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem. Muito raramente alguém quando encontra um objeto perdido, especialmente se for uma mala ou carteira recheado de dólares, procura ou devolve para o seu dono... Querido (o) leitor (a) a lista é imensa. Vamos parar por aqui com a seguinte reflexão. Ainda queremos que os políticos sejam honestos? Estamos reclamando do Lula? Do Sarney? do Collor? do Renan? do Palocci? da Dilma? Do Serra? Do escândalo dos eternos caixas dois? Do Arruda que é um bandido pois roubou Brasília? Brasileiro reclama do quê? Esses políticos que ai estão saíram de onde? Claro, do meio do povo. Falamos tanto da necessidade em deixar um planeta melhor para os nossos filhos e nos esquecemos da urgência de criarmos filhos melhores educados, honestos, dignos, éticos e responsáveis para o nosso planeta, através dos nossos exemplos… É a mais pura verdade e isso que é o pior. Vamos dar bons exemplos. Sermos dignos e de uma ética responsável. Vamos eleger políticos melhores, criando melhor nossos filhos. Enquanto isso devemos combater os que vilipendiam o dinheiro público, procurando no meio do povo, pessoas descentes, honestas e éticas para nos representar na política. Virão eleições em breve. Fique atento. Eleja melhores políticos.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Resumo do Livro "Drogas: Causas, Consequências e Recuperação"
Capítulo 1 – Falando sobre drogas
Conceituamos o que é droga e definimos uma classificação do uso e do consumo e um breve histórico sobre as drogas na história da humanidade.
Abordamos a complexidade das razões e do por que de alguém fazer uso de drogas, as situações possíveis para se drogar, numa análise das peculiaridades das personalidades humanas no envolvimento com as drogas. Instrução do que fazer diante da constatação do uso de drogas no meio familiar. Definimos o que é dependência e suas conseqüências. Apresentamos um quadro das categorias de drogas existentes, com uma sintética abordagem das conseqüências e cada uma das drogas.
Capítulo 2 – A família, a Sociedade e as Drogas
Neste capítulo avaliamos algumas condutas dos pais – o que fazer e o que não fazer – diante da constatação de um filho ou membro familiar estar fazendo uso de drogas. Analisamos importantes variáveis no uso e abuso de drogas, tais como características pessoais, peculiaridades de personalidade, frustrações, imediatismo do prazer, etc.
Capítulo 3 – Alcoolismo, Mitos e verdades
Apresentamos um retrospecto histórico do álcool em todos os tempos, incluindo o período pré-bíblico da humanidade, onde se conhecia fatos de embriagues. Sendo que até antes de 1750 a produção de álcool era toda artesanal. Com o advento da Revolução Industrial, passou a ser em escala industrial, em grandes quantidades, com a conseqüente diminuição do preço e o acesso a ele, como até hoje, tornou-se muito fácil. Analisamos os mitos (mentiras) que viram verdades através da história humana, como por exemplo, o mito de que o álcool não é uma droga, mas um alimento. É uma droga e das mais consumidas pela humanidade em todos os tempos, inclusive na atualidade. Na seqüência analisamos a questão do uso e do abuso do álcool, nos aspectos mental, físico e social. Abordo a discussão do ponto de vista da Doutrina Espírita sobre o uso do álcool. Perguntamos nesta parte do livro: Qual é o principal motivo da negligência das autoridades do mundo quanto ao problema nocivo do álcool? Esclarecemos que não há interesse predominante e deliberado de extinguir esse flagelo, quando os próprios homens responsáveis pela sanidade da vida humana teriam de primeiramente extingui-los em si mesmo.
Capítulo 4 – O que é tabagismo
Apresentamos um panorama global do tabagismo moderno e antigo, abordando retrospectivamente a história do aparecimento do tabaco e do cigarro na humanidade. Análise e reflexão da influência familiar no uso e consumo de tabaco, especialmente onde os pais são fumantes. O papel da forte influência da mídia na sociedade, especialmente e ostensivamente sobre os mais jovens.
Uma breve definição do que é a dependência tabágica e suas conseqüências. Apresentamos um quadro de 56 possíveis doenças ocasionadas pelo tabaco, incluindo nesta listagem 17 tipos de cânceres.
Definimos claramente a nicotina como uma droga, comprovadamente viciante, levando as pessoas ao seu abuso de consumo e suas implicações na saúde como um todo, incluindo a saúde pública que gasta bilhões de reais ao ano para tratar e cuidar de dependentes da nicotina. Apresentamos toda a estrutura do programa de atenção ao tabagista, por nós utilizados na saúde pública de Tupã, com o propósito de que as pessoas abandonem o vício.
Capítulo 5 – Drogas: Conseqüências Espirituais
Apresentamos um retrospecto ao leitor não espírita sobre os princípios fundamentais da Doutrina Espírita e suas implicações para a alma encarnada e conseqüentemente após o desencarne, abordando a vida do espírito na erraticidade espiritual. Avaliamos a questão do livre arbítrio de que somos portadores e as conseqüências do mau uso que se possa fazer desta oportunidade existencial. Contemplamos o leitor com um artigo em que Francisco Cândido Xavier, em desdobramento, contempla na espiritualidade as razões pelas quais a humanidade do presente está tão envolvida com a problemática das drogas e suas conseqüências atuais. Apresentamos textos de André Luiz sobre as conseqüências do desregramento do homem quanto às drogas e suas implicações físicas e mentais e pós desencarnem para a alma, além das implicações obsessivas que as drogas podem provocar levando a criatura a atos de crueldade, suicídio e malefícios de toda ordem. O vampirismo provocado por espíritos desencarnados, que ainda necessitam das drogas, levando o viciado encarnado ao excesso do uso e muitos à overdose da morte.
Capítulo 6 – Drogas: O que fazer no Centro Espírita
Postulamos a idéia de que a casa espírita precisa estar preparada para o atendimento fraterno tanto do encarnado, quando do desencarnado, dependente de drogas, através da lógica das vidas sucessivas, levando-os à compreensão e aceitação da sua imortalidade.
Sugerimos algumas iniciativas importantes, com base nos princípios espíritas, para afastar o viciado em drogas, tais como promover reuniões com palestras e debates sobre drogas, envolvendo pais, filhos e o público em geral. Discutir com os jovens, em pré e mocidades e infância, os problemas que envolvem a vida do espírito encarnado, através de temas que tocam os jovens de perto, como sexualidade, namoro, gravidez, AIDS, drogas, etc.
Acreditamos firmemente na idéia de que o Centro Espírita possa incluir em suas atividades pessoas que estão envolvidas com as drogas, desde que haja um sólido acompanhamento de pessoas que saibam lidar com esta realidade, ao invés de discriminarmos e rejeitarmos os que assim se encontram. Estimular os familiares do viciado à prática do Evangelho no Lar, etc. Finalizamos esclarecendo que no dialogo fraterno com o viciado e seus familiares, podemos colocar à disposição deles os recursos auxiliares do tratamento espiritual: passe, água fluída, desobsessão e reforma íntima.
Causas anteriores das aflições
“Somos tão complexos que quando não temos problemas nós os criamos”.
Ninguém se constrói sozinho. Somos construídos e construtores da nossa personalidade. Somos construídos pela carga genética, pelo sistema social, pelo ambiente educacional e pela atuação do eu através das vidas sucessivas.
As tribulações podem ser impostas a espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente.
Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam.
“Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar”.
“Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação”.
“Pode, pois, um espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.
O senso comum diz que “os sofrimentos, os erros, as perdas, amadurecem espontaneamente as pessoas. Em nossa prática clínica essa tese não é defensável. Não se engane! A maioria das pessoas piora seus níveis de tranqüilidade e serenidade à medida que sofre. O sofrimento só nos enriquece quando intuitiva ou racionalmente o trabalhamos”.
O senso comum diz que “quem não aprende com o amor, aprende com a dor”. A dor ensina, mas não é uma excelente mestra.
“A dor só se torna uma mestra, quando nós nos tornamos seu mestre, quando nos interiorizamos, refletimos, desenvolvemos consciência crítica, quando nos humanizamos... Caso contrário, a dor produz zonas de conflitos, criando janelas de memórias destrutivas, portanto será inútil, algoz, destruidora...”
Em verdade Jesus ensinou que se o sofrer for usado com resignação e entendimento pode levar à reparação através do perdão, da caridade e do amor: caminho único da reparação. A grande regra que jesus deixou: Deus não perdoa baseado em simples arrependimento, mas sim mediante a reforma no pensar, sentir e principalmente no agir, quando ensinou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida – ninguém vai ao pai senão por mim”
Ele disse que não tinha vindo trazer paz à terra, mas a espada, que veio para separar o pai do filho, o filho da nora, e o homem da mulher...Interpretados ao pé da letra, podemos concluir que esses ensinamentos não foram veiculados pelo mestre.
E essa violência é contra o nosso maior inimigo, que é o nosso ego. “O espírita não envolvido com o estudo da doutrina espírita, de conhecimento superficial, tende a imaginar que as dores do mundo são cármicas e que estamos aqui para sofrer e tudo o que nos faz sofrer é resgate de dívidas...”
O homem, como que de intento, cria para si tormentos que está em suas mãos evitar”. A dor não resolvida de hoje é o sofrer de amanhã... Portanto... Sofrer sinaliza falta de reforma íntima no tempo certo. Como ensinou Jesus: a quem muito for dado, mais será solicitado:“pela própria consciência”.
Para espíritas e espiritualistas o sofrer é menos desculpável do que para os outros. Toda essa realidade nos remete ao “conhece-te a ti mesmo” de Sócrates, quando este nos diz que “uma vida sem reflexão não merece ser vivida “, assim como ensinou Santo Agostinho: “Este mundo é um mundo de construção da alma”.
Ninguém se constrói sozinho. Somos construídos e construtores da nossa personalidade. Somos construídos pela carga genética, pelo sistema social, pelo ambiente educacional e pela atuação do eu através das vidas sucessivas.
As tribulações podem ser impostas a espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente.
Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam.
“Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar”.
“Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação”.
“Pode, pois, um espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.
O senso comum diz que “os sofrimentos, os erros, as perdas, amadurecem espontaneamente as pessoas. Em nossa prática clínica essa tese não é defensável. Não se engane! A maioria das pessoas piora seus níveis de tranqüilidade e serenidade à medida que sofre. O sofrimento só nos enriquece quando intuitiva ou racionalmente o trabalhamos”.
O senso comum diz que “quem não aprende com o amor, aprende com a dor”. A dor ensina, mas não é uma excelente mestra.
“A dor só se torna uma mestra, quando nós nos tornamos seu mestre, quando nos interiorizamos, refletimos, desenvolvemos consciência crítica, quando nos humanizamos... Caso contrário, a dor produz zonas de conflitos, criando janelas de memórias destrutivas, portanto será inútil, algoz, destruidora...”
Em verdade Jesus ensinou que se o sofrer for usado com resignação e entendimento pode levar à reparação através do perdão, da caridade e do amor: caminho único da reparação. A grande regra que jesus deixou: Deus não perdoa baseado em simples arrependimento, mas sim mediante a reforma no pensar, sentir e principalmente no agir, quando ensinou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida – ninguém vai ao pai senão por mim”
Ele disse que não tinha vindo trazer paz à terra, mas a espada, que veio para separar o pai do filho, o filho da nora, e o homem da mulher...Interpretados ao pé da letra, podemos concluir que esses ensinamentos não foram veiculados pelo mestre.
E essa violência é contra o nosso maior inimigo, que é o nosso ego. “O espírita não envolvido com o estudo da doutrina espírita, de conhecimento superficial, tende a imaginar que as dores do mundo são cármicas e que estamos aqui para sofrer e tudo o que nos faz sofrer é resgate de dívidas...”
O homem, como que de intento, cria para si tormentos que está em suas mãos evitar”. A dor não resolvida de hoje é o sofrer de amanhã... Portanto... Sofrer sinaliza falta de reforma íntima no tempo certo. Como ensinou Jesus: a quem muito for dado, mais será solicitado:“pela própria consciência”.
Para espíritas e espiritualistas o sofrer é menos desculpável do que para os outros. Toda essa realidade nos remete ao “conhece-te a ti mesmo” de Sócrates, quando este nos diz que “uma vida sem reflexão não merece ser vivida “, assim como ensinou Santo Agostinho: “Este mundo é um mundo de construção da alma”.
A Sociedade e as Drogas
Em todos os tempos a humanidade se deparou com o problema das drogas. No entanto, na atualidade nunca se viu tantas situações, acontecimentos e dramas na sociedade, portanto, oriundos do meio familiar. Quais são as causas e razões destas ocorrências? Primeiro relatemos um pouco de história sobre as drogas.
Há mais de quatro mil anos atrás os Sumerianos (atual Irã) já utilizavam a Papoula de Ópio, denominada a “planta da alegria”, que utilizavam com a finalidade de um “contato com os deuses Num tempo mais anterior ainda, o povo Cita (Habitantes do rio Danúbio/rio Volga – Europa Oriental), queimava a maconha (cânhamo) em pedras aquecidas e inalavam os vapores dentro de suas barracas ou tendas. O Ópio (Morfina/Anestésico) incentivado na Guerra Civil Americana (1776) era utilizado para fornecer alivio à dolorosa vida dos soldados. Durante a segunda guerra, receitas de anfetaminas - estimulantes – Fenpreporex - eram utilizadas para combater a fadiga. Na atualidade, é largamente utilizado – apesar de ser proibido o seu uso e comercialização no Brasil, por pessoas que pretendem emagrecer, especialmente mulheres. Em 1890, iniciou-se a livre comercialização de vinho, elaborado com extratos de coca e xaropes. Em 1914, nos Estados Unidos deu-se a proibição da livre negociação das bebidas alcoólicas, - que durou por 13 anos, com isto iniciou-se o mercado negro ilícito. Como tudo que é proibido se torna um atrativo, a indústria americana de bebidas, à época faturou cerca de 200 bilhões de dólares.”. Em nosso tempo presente, existe um largo consumo de Fluoxetina (ansiolítico/antidepressivo) droga denominada de “a pílula da felicidade”. Pode-se perguntar: Felicidade de quem? Do usuário ou do Laboratório que a produz?
Muitas pessoas se questionam. Mas afinal o que levam pessoas a se envolverem com as drogas? Se elas causam tantos males, porque envolver-se com elas? Se já se conhece os seus malefícios porque envolver-se com elas? Dentre algumas razões, nós podemos citar quatro delas. De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde: 1) Pessoas que não tem informações adequadas sobre as drogas, ou seja, aquelas que não conhecem as conseqüências de seu uso. E, convenhamos, a desinformação ainda é muito grande, quando não fantasiosa, como, por exemplo, aqueles que ainda crêem que maconha faz menos mal do que cigarro. 2) Pessoas que se encontram insatisfeitas com sua qualidade de vida. Neste caso consideramos tanto as pessoas que vivem em carência geral como aqueles que vivem com excessos de toda ordem. Caso fosse apenas um problema de carência social, os chamados ricos não se envolveriam com as drogas. Portanto, a droga tornou-se um problema geral da humanidade, independente da condição sócio-econômica ou cultural. 3) Pessoas pouco integradas na família e na sociedade. Neste item a situação é específica, ou seja, desestruturas familiares, insatisfações de toda ordem podem levar pessoas ao contato, ao uso e ao abuso das drogas, como mecanismo de fuga de uma triste realidade e finalmente; 4) O fácil acesso às drogas é outro fator importante para seu uso. Aqui nos perguntamos. Porque não aplicamos em nossas vidas o sábio ensinamento de Jesus quando enuncia “conheça a verdade e ela vos libertará?” Todos sabemos o quanto é fácil e barata determinadas drogas, até mesmo sabemos dos pontos em que são vendidas em nossas cidades. Apenas fazemos de conta que não sabemos, inclusive as autoridades, numa covarde omissão de responsabilidade social.
Mas a grande e real verdade para que pessoas se envolvam com drogas é o fato de algumas delas – principalmente as drogas psicoativas, ou seja, as que ativam o psiquismo das pessoas, causarem prazer. (todas as substâncias químicas alteram o funcionamento do organismo) Está é a grande verdade, o prazer proporcionado por estas drogas. Em nossa atual sociedade a busca pelo prazer tornou-se frenética, quando não o único fim para muitas pessoas.
Uma pergunta se faz necessária. Onde as crianças e os jovens começam a aprender o que é ou a usar drogas? Fora de casa? Com amigos da escola? Não. Infelizmente isso começa a acontecer, dentro do lar, quando observam os adultos em busca de tranqüilizantes ao menor sinal de tensão ou nervosismo. Aprendem o que é dependência quando observam como seus pais têm dificuldades em controlar diversos tipos de comportamentos, como, por exemplo, comer de modo exagerado. Aprendem também o que é droga quando ouvem seus pais dizerem que precisam de três xícaras de café para se manterem acordados, ou ainda quando precisam fumar uma cigarrinho, ou tomar uma dose de uma bebida. Por outro lado, quando pessoas não encontram na família, nos amigos e nos parceiros as respostas para suas necessidades, então recorrem às drogas como alternativa, sem se aperceberem do preço que terão que pagar por esta atitude.
Por isso é de extrema importância termos lares estruturados em cima da fraterna convivência, tolerantes e abnegados uns com os outros, colaborando para que todos possam crescer principalmente no campo das emoções, onde se possa aprender a elaborar os sentimentos, pois toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós, podendo nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com nosso código moral modelado na intimidade de nosso psiquismo. Talvez, você querido (a) leitor (a), ao fazer esta leitura se questione: “Como fica a questão do livre arbítrio de a criatura humana buscar formas de prazer de acordo com seu interesse, gosto e conveniência?”. Muito simples. Cada um responderá pelos próprios atos e ações. Somos livres para qualquer empreitada em nossas vidas, mas conseqüentemente responsáveis pela colheita da semeadura.
Por isso se faz importante lares harmoniosos e organizados, dentro do respeito e do amor uns pelos outros. Afinal de contas, Jesus pediu-nos simplesmente que nos amassemos uns aos outros. Somente assim seremos uma humanidade melhor. E desta forma haveremos de banir as drogas do mundo e conseqüentemente todos sofrimento ocasionado por ela.
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